Incaper e Ufes obtêm carta patente para purificação de bromelina a partir de resíduos do abacaxi

Por

Redação

Pesquisas foram feitas com o abacaxi ‘Vitória’, cultivar desenvolvida pelo Incaper

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) aprovou e concedeu a carta patente para um processo inovador de purificação de bromelina, desenvolvido por meio de uma parceria entre o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e o Núcleo de Biotecnologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

A tecnologia permite que a bromelina, uma enzima proteolítica de elevado valor comercial, muito usada pelas indústrias farmacêutica, cosmética e alimentícia, seja extraída com alto grau de pureza de partes residuais do abacaxi, a partir de técnicas de baixo custo.

“Caules, folhas, cascas e coroas são geralmente descartados por produtores rurais e indústrias de processamento de abacaxi. Identificamos que esses resíduos são uma fonte rica para extração da bromelina”, explica o pesquisador do Incaper, José Aires Ventura.

O desenvolvimento do processo de purificação da enzima se deu a partir de pesquisas com o abacaxi ‘Vitória’, uma cultivar lançada pelo Incaper em 2006. A metodologia foi detalhada na tese de doutorado de Helber Barcellos da Costa, elaborada no programa de pós-graduação em Biotecnologia da Ufes, sob orientação de José Aires Ventura e colaboração da professora Patrícia Machado Bueno Fernandes.

Com o mercado global de bromelina em expansão, a invenção tem potencial para reduzir a dependência de importações, estimular a produção local e fortalecer a cadeia produtiva do abacaxi, beneficiando agricultores. Mesmo sendo um dos maiores produtores de abacaxi do mundo, o Brasil importa quase toda a bromelina que consome, principalmente de países como China e Inglaterra.

Segundo José Aires Ventura, o preço da bromelina purificada importada é bastante elevado, chegando a mais de R$ 20 mil por quilo em produtos de alta pureza. No entanto, as opções disponíveis no mercado apresentam, frequentemente, níveis de pureza abaixo de 80%.

“A metodologia desenvolvida pela parceria Incaper-Ufes permite alcançar uma bromelina purificada de até 93% de atividade. É uma tecnologia promissora, que reduz custos do processo e maximiza o aproveitamento de resíduos agrícolas, agregando valor a materiais considerados descartáveis”, pontua Ventura.

Emitida em dezembro de 2024, a carta patente garante os direitos de proteção intelectual e exploração comercial da tecnologia por 20 anos, a partir da submissão realizada em 2012. A titularidade é dividida igualmente entre as instituições, que já podem disponibilizar a tecnologia para empresas interessadas, gerando royalties.

“Para isso, é fundamental que as duas instituições, Incaper e Ufes, empreendam esforços para que a transferência dessa nova tecnologia para empresas dispostas a investir na produção da bromelina no País se torne realidade”, destaca a superintendente de Projetos e Inovação da Ufes, professora Miriam de Magdala Pinto.

Integração dos Núcleos de Inovação Tecnológica

Essa é a primeira carta patente de processo registrada pelo Incaper, que já conta com outros depósitos de patentes de inovação, de marcas, registro de cultivares e outras tecnologias, além de um Certificado de Registro de Programa de Computador. “É um marco muito importante, que resulta da integração dos Núcleos de Inovação Tecnológica do Incaper (Incaper-NIT) e da Ufes (INIT). Essa conquista reforça o papel das instituições capixabas como protagonistas em pesquisa e desenvolvimento, alinhando-se a políticas de inovação e sustentabilidade”, salienta José Aires Ventura.

A pesquisa foi viabilizada com o apoio financeiro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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