O Facebook anunciou nesta quarta-feira (31) que usuários da rede social poderão controlar quem comenta suas publicações marcadas como públicas, aquelas acessíveis a qualquer pessoa. A medida também vale para qualquer político, autoridade ou figura pública.
Cada pessoa da rede social poderá controlar o público apto a comentar determinado post. Em um comunicado no blog oficial, o Facebook afirmou que marcas também poderão limitar a audiência para que as conversas sejam mais seguras ou "significativas".
A medida visa dar mais controle aos usuários, que teriam, a princípio, experiências mais ligadas a seus interesses. Para o Facebook, esse tipo de controle limita "interações potencialmente indesejadas". Extraoficialmente, motiva os próprios usuários a ajudarem a conter mensagens de ódio na rede, um dos principais problemas vinculados à empresa de Mark Zuckerberg.
A ferramenta é semelhante à introduzida no Twitter recentemente, que limita o público de interação em uma publicação.
Na tentativa de tornar as conversas e interações mais restritas, a rede social também lançou uma ferramenta de "favoritos", na qual o usuário pode priorizar as publicações de amigos e páginas de interesse no seu feed de notícias. É possível selecionar até 30 contatos e páginas como favoritos, para que apareçam em posição superior ou em um filtro separado.
Também tornou-se possível alternar entre o feed de notícias classificado por algoritmos, em que o Facebook oferece conteúdos baseados em interações, gostos e localização, ou por cronologia, com mensagens mais recentes na área superior do feed.
Usuários da rede social precisam ajustar essas mudanças nas áreas "preferências de feed de notícias" e nas configurações de privacidade do aplicativo. A barra de filtro será lançada globalmente no aplicativo Android do Facebook e chegará ao iOS nas próximas semanas.
A mudança desta quarta é posterior a uma decisão de um tribunal australiano em 2019, que responsabilizou uma série de veículos de comunicação pelos comentários difamatórios feitos por leitores em suas páginas públicas na rede social.
Segundo a decisão, é responsabilidade das companhias de mídia pré-moderar essas mensagens, a fim de evitar difamação ou outros crimes. As empresas tentaram reverter a decisão em 2020, mas não conseguiram.
A única forma de barrar um possível comentário é a partir de uma pré-filtragem de palavras feitas pelo administrador da página, que pode escolher que determinado termo não apareça no comentário de suas publicações.
De acordo com o jornal The Guardian, as empresas de mídia australianas foram orientadas a destinar recursos significativos para a moderação de conteúdo de terceiros em suas publicações.
No mês passado, o parlamento do país aprovou uma lei inédita que obriga as gigantes de tecnologia a pagar por conteúdos noticiosos. A regulamentação adotada foi proposta a fim de combater o domínio do Google e Facebook no país, e forçou as duas empresas a negociarem com provedores de conteúdo.
O Facebook chegou a bloquear temporariamente todo o compartilhamento de notícias em sua rede na Austrália.