Espírito Santo se consolida no topo da produção nacional de pimenta-do-reino

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Redação

O Espírito Santo lidera a safra nacional de pimenta-do-reino, sendo responsável por 60% da produção brasileira. Em 2023, a expectativa é fechar o ano com produção estimada em 78.178 toneladas, um crescimento de 2,14% em relação ao ano passado. No último ano, a produção dessa especiaria no Estado foi de 76.533 toneladas, a maior já registrada na série histórica. O Valor Bruto da Produção de pimenta-do-reino em 2022 foi de R$ 976,9 milhões, que correspondeu a 4% do Valor Bruto da Produção Agropecuária Capixaba (VBPA).

Mais da metade da pimenta-do-reino brasileira é de origem capixaba. O Estado ainda tem uma vantagem considerável de 34,4 mil toneladas, à frente do Estado do Pará, que é segundo maior produtor. A produtividade da pimenta-do-reino capixaba chega a 3,9 toneladas por hectare, superior à média nacional, que é de 3,1 toneladas por hectare.

Esse desempenho tem fortalecido o agronegócio e a economia capixaba, segundo o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli. “Essa liderança e crescimento comprovam que nós também somos referência no cultivo da pimenta-do-reino. Mais da metade da produção nacional é capixaba, o que coloca o Brasil como o segundo maior produtor mundial depois do Vietnã. Somente a produção do Estado equivale a 9% da produção mundial”, salientou.

O secretário ainda fez um comparativo. “Se o Espírito Santo fosse um país, seria o terceiro maior produtor dessa especiaria, atrás apenas de Vietnã e Indonésia. A pimenta-do-reino capixaba chega a mais de 70 países e é o terceiro produto mais importante da pauta de exportações do agronegócio capixaba, depois do café e da celulose”, exaltou Enio Bergoli.

Neste ano, considerando o acumulado de janeiro a outubro de 2023, o Estado passou a representar 66% da receita obtida com o comércio exterior da pimenta-do-reino. De todo o volume exportado pelo Brasil, mais de 67% é de origem capixaba. No último ano, o Espírito Santo já correspondia por 60% do volume de pimenta-do-reino exportado pelo Brasil e 59% do valor comercializado, de acordo com a Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (GDN/Seag), a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.

A pimenta-do-reino é importante para a balança comercial do agronegócio capixaba. No acumulado de 2023, de janeiro a outubro, foram embarcadas 43,9 mil toneladas para 72 países, que renderam US$ 133,1 milhões de dólares. No ano passado, foram exportadas 51,5 mil toneladas de pimenta-do-reino para 77 países, que renderam US$ 181,9 milhões de dólares.

Produção

Existem cerca de 11.700 estabelecimentos rurais com produção de pimenta-do-reino no Espírito Santo, o que significa uma presença em 11% no total dos estabelecimentos agropecuários capixabas. A agricultura familiar corresponde por 76% desses estabelecimentos. Os agricultores estão expandindo a área, que deve fechar este ano com 19.685 hectares, superior em 1,2% frente a 2022.

Na família do produtor rural de São Mateus, Erasmo Negris, o envolvimento com as atividades agrícolas perpassa quatro gerações. Ele conta que toda a família é envolvida na produção e, desde quando ele era criança, já cultivavam a pimenta-do-reino, pois era uma tradição dos colonos italianos fazer o plantio à época. “É uma atividade centenária na nossa família. Nosso DNA é agrícola. Lavrar e produzir na terra é algo que não tem preço. A pimenta-do-reino representa tradição, satisfação, sustentabilidade, rentabilidade e nos complementa ‘temperando’ nosso dia a dia”, comentou.

Erasmo Negris disse ainda que a pequena propriedade é uma grande parceira dos projetos governamentais e, principalmente, os implantados pela Seag e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). “Temos a consultoria com agrônomo do escritório local, a parceria na implantação de uma lavoura para desenvolvimento de pesquisas e várias pesquisas também passaram por aqui, como o monitoramento de nematoides e salmonella na pimenta-do-reino. Temos ainda várias capacitações e a troca direta de informações com a participação em dias de campo, entre tantos outros”, ressaltou o produtor rural.

A pimenta-do-reino é um produto tradicional da região norte do Estado e, atualmente, está presente em 45 municípios capixabas. O município de São Mateus concentra 35% da produção estadual, seguido por Jaguaré (12%), Vila Valério (9,8%), Rio Bananal (8%) e Nova Venécia (5,6%). Outros 40 municípios produzem em menor escala. A pimenta-do-reino é um produto tradicional da região norte do Estado e cultivada há mais de 50 anos. De acordo com o engenheiro agrônomo do Incaper, João Henrique Trevisani, a cultura se tornou parte da diversificação local e o produtor a tem como um trunfo, podendo alternar com o café e com a fruticultura na hora do produtor buscar outras opções.

“Temos um trabalho de pesquisa na linha de qualidade, onde a gente visa identificar quais são os pontos críticos na cadeia de produção, principalmente na parte de finalização de pré-colheita, colheita e pós-colheita. A partir dessa identificação dos pontos críticos, a gente tenta propor soluções de baixo custo para o produtor, mantendo o produto competitivo no mercado”, enfatizou Trevisani.

História

A pimenta-do-reino tem origem nas regiões tropicais da Índia e a história dessa especiaria remonta há milhares de anos, sendo uma das especiarias mais antigas e valiosas conhecidas pelo homem. Ela foi um produto de grande valor durante séculos, sendo usada como moeda de troca e sendo tão valorizada que chegou a ser chamada de “ouro negro”. Ela é obtida dos frutos de uma planta trepadeira chamada Piper nigrum, que pertence à família botânica Piperaceae.

Os colonizadores portugueses foram responsáveis por levar a pimenta-do-reino da Índia para outras partes do mundo durante o período das Grandes Navegações nos séculos XV e XVI. A partir daí, seu cultivo se espalhou por várias regiões tropicais ao redor do globo, incluindo o Brasil, onde se adaptou bem ao clima e ao solo. No Brasil, a pimenta-do-reino ganhou destaque especialmente na região norte, no estado do Pará, e também no Espírito Santo, onde se tornou uma cultura de grande importância econômica em determinado período da história agrícola do Estado.

A cultura da pimenta-do-reino no Espírito Santo teve início por volta de 1818, quando imigrantes portugueses trouxeram sementes da Índia e começaram a cultivar a planta. As condições climáticas e de solo favoráveis contribuíram para o sucesso do cultivo, levando a um rápido crescimento da produção.

Curiosidades sobre a pimenta-do-reino

A planta da pimenta-do-reino é uma trepadeira que cresce em árvores e requer condições tropicais para se desenvolver. Apesar do nome, a pimenta-do-reino não é parente das pimentas (Capsicum) usadas para tempero e que dão o sabor picante aos alimentos. Ela é uma especiaria que oferece mais aroma do que ardência e uma das mais consumidas globalmente.

A pimenta-do-reino não só adiciona sabor aos alimentos, mas também ajuda na absorção de nutrientes, como a curcumina da cúrcuma, conhecida por suas propriedades medicinais, como auxiliar na digestão, estimular o apetite e ter propriedades antioxidantes. Os grãos podem manter seu sabor por anos se armazenados corretamente, mantendo-se frescos por mais tempo em grãos inteiros do que quando moídos.

Mais da metade da pimenta-do-reino brasileira é de origem capixaba. O Estado ainda tem uma vantagem considerável de 34,4 mil toneladas, à frente do Estado do Pará, que é segundo maior produtor. A produtividade da pimenta-do-reino capixaba chega a 3,9 toneladas por hectare, superior à média nacional, que é de 3,1 toneladas por hectare.

Esse desempenho tem fortalecido o agronegócio e a economia capixaba, segundo o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli. “Essa liderança e crescimento comprovam que nós também somos referência no cultivo da pimenta-do-reino. Mais da metade da produção nacional é capixaba, o que coloca o Brasil como o segundo maior produtor mundial depois do Vietnã. Somente a produção do Estado equivale a 9% da produção mundial”, salientou.

O secretário ainda fez um comparativo. “Se o Espírito Santo fosse um país, seria o terceiro maior produtor dessa especiaria, atrás apenas de Vietnã e Indonésia. A pimenta-do-reino capixaba chega a mais de 70 países e é o terceiro produto mais importante da pauta de exportações do agronegócio capixaba, depois do café e da celulose”, exaltou Enio Bergoli.

Neste ano, considerando o acumulado de janeiro a outubro de 2023, o Estado passou a representar 66% da receita obtida com o comércio exterior da pimenta-do-reino. De todo o volume exportado pelo Brasil, mais de 67% é de origem capixaba. No último ano, o Espírito Santo já correspondia por 60% do volume de pimenta-do-reino exportado pelo Brasil e 59% do valor comercializado, de acordo com a Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (GDN/Seag), a partir dos dados originais do Agrostat/Mapa e do Comexstat/MDIC.

A pimenta-do-reino é importante para a balança comercial do agronegócio capixaba. No acumulado de 2023, de janeiro a outubro, foram embarcadas 43,9 mil toneladas para 72 países, que renderam US$ 133,1 milhões de dólares. No ano passado, foram exportadas 51,5 mil toneladas de pimenta-do-reino para 77 países, que renderam US$ 181,9 milhões de dólares.

Produção

Existem cerca de 11.700 estabelecimentos rurais com produção de pimenta-do-reino no Espírito Santo, o que significa uma presença em 11% no total dos estabelecimentos agropecuários capixabas. A agricultura familiar corresponde por 76% desses estabelecimentos. Os agricultores estão expandindo a área, que deve fechar este ano com 19.685 hectares, superior em 1,2% frente a 2022.

Na família do produtor rural de São Mateus, Erasmo Negris, o envolvimento com as atividades agrícolas perpassa quatro gerações. Ele conta que toda a família é envolvida na produção e, desde quando ele era criança, já cultivavam a pimenta-do-reino, pois era uma tradição dos colonos italianos fazer o plantio à época. “É uma atividade centenária na nossa família. Nosso DNA é agrícola. Lavrar e produzir na terra é algo que não tem preço. A pimenta-do-reino representa tradição, satisfação, sustentabilidade, rentabilidade e nos complementa ‘temperando’ nosso dia a dia”, comentou.

Erasmo Negris disse ainda que a pequena propriedade é uma grande parceira dos projetos governamentais e, principalmente, os implantados pela Seag e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). “Temos a consultoria com agrônomo do escritório local, a parceria na implantação de uma lavoura para desenvolvimento de pesquisas e várias pesquisas também passaram por aqui, como o monitoramento de nematoides e salmonella na pimenta-do-reino. Temos ainda várias capacitações e a troca direta de informações com a participação em dias de campo, entre tantos outros”, ressaltou o produtor rural.

A pimenta-do-reino é um produto tradicional da região norte do Estado e, atualmente, está presente em 45 municípios capixabas. O município de São Mateus concentra 35% da produção estadual, seguido por Jaguaré (12%), Vila Valério (9,8%), Rio Bananal (8%) e Nova Venécia (5,6%). Outros 40 municípios produzem em menor escala. A pimenta-do-reino é um produto tradicional da região norte do Estado e cultivada há mais de 50 anos. De acordo com o engenheiro agrônomo do Incaper, João Henrique Trevisani, a cultura se tornou parte da diversificação local e o produtor a tem como um trunfo, podendo alternar com o café e com a fruticultura na hora do produtor buscar outras opções.

“Temos um trabalho de pesquisa na linha de qualidade, onde a gente visa identificar quais são os pontos críticos na cadeia de produção, principalmente na parte de finalização de pré-colheita, colheita e pós-colheita. A partir dessa identificação dos pontos críticos, a gente tenta propor soluções de baixo custo para o produtor, mantendo o produto competitivo no mercado”, enfatizou Trevisani.

História

A pimenta-do-reino tem origem nas regiões tropicais da Índia e a história dessa especiaria remonta há milhares de anos, sendo uma das especiarias mais antigas e valiosas conhecidas pelo homem. Ela foi um produto de grande valor durante séculos, sendo usada como moeda de troca e sendo tão valorizada que chegou a ser chamada de “ouro negro”. Ela é obtida dos frutos de uma planta trepadeira chamada Piper nigrum, que pertence à família botânica Piperaceae.

Os colonizadores portugueses foram responsáveis por levar a pimenta-do-reino da Índia para outras partes do mundo durante o período das Grandes Navegações nos séculos XV e XVI. A partir daí, seu cultivo se espalhou por várias regiões tropicais ao redor do globo, incluindo o Brasil, onde se adaptou bem ao clima e ao solo. No Brasil, a pimenta-do-reino ganhou destaque especialmente na região norte, no estado do Pará, e também no Espírito Santo, onde se tornou uma cultura de grande importância econômica em determinado período da história agrícola do Estado.

A cultura da pimenta-do-reino no Espírito Santo teve início por volta de 1818, quando imigrantes portugueses trouxeram sementes da Índia e começaram a cultivar a planta. As condições climáticas e de solo favoráveis contribuíram para o sucesso do cultivo, levando a um rápido crescimento da produção.

Curiosidades sobre a pimenta-do-reino

A planta da pimenta-do-reino é uma trepadeira que cresce em árvores e requer condições tropicais para se desenvolver. Apesar do nome, a pimenta-do-reino não é parente das pimentas (Capsicum) usadas para tempero e que dão o sabor picante aos alimentos. Ela é uma especiaria que oferece mais aroma do que ardência e uma das mais consumidas globalmente.

A pimenta-do-reino não só adiciona sabor aos alimentos, mas também ajuda na absorção de nutrientes, como a curcumina da cúrcuma, conhecida por suas propriedades medicinais, como auxiliar na digestão, estimular o apetite e ter propriedades antioxidantes. Os grãos podem manter seu sabor por anos se armazenados corretamente, mantendo-se frescos por mais tempo em grãos inteiros do que quando moídos.

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