Carlos Lupi, presidente do PDT, fez o anúncio oficial de que o partido estará com Lula no 2º turno
O PDT aprovou nesta terça-feira (4) o apoio programático do partido à candidatura do ex-presidente Lula (PT) no segundo turno contra Jair Bolsonaro (PL), após uma campanha intensa de ataques de Ciro Gomes (PDT) ao petista durante o primeiro turno.
A sigla vai propor que Lula incorpore a seu programa de governo algumas propostas do pedetistas, explicou Carlos Lupi, presidente da legenda. "Decisão unânime de apoiar o mais próximo da gente, que é a candidatura do Lula, que eu chamo da candidatura do '12+1'. Apresentamos três projetos, eu pessoalmente falei com a presidente do PT, a Gleisi, a questão da renda mínima, a renegociação da dívida do SPC e das pequenas empresas, a questão da escola e ensino integral e hoje aprovamos também a proposta – que não foi falada ainda com o PT – a questão do Código Nacional do Trabalho".
Na reunião entre lideranças pedetistas, foi discutido se o apoio a Lula seria "crítico" ou "programático", segundo a CNN Brasil. A segunda opção foi a escolhida e significa que o partido estará de fato junto do petista no segundo turno, sem condicionantes.
Lula é a última saída, diz Ciro Gomes
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT), quarto colocado no primeiro turno da disputa presidencial de 2022 com 3% dos votos, declarou apoio à candidatura do ex-presidente Lula (PT) para o segundo turno do pleito.
"Acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias, é a última saída", afirmou Ciro em vídeo publicado nesta terça-feira (4). "Espero que essa decisão ajude a oxigenar, temporariamente que seja, a nossa democracia."
Confira o posicionamento completo de Ciro Gomes:
"Meus amigos e minhas amigas, acabamos de realizar uma reunião da Executiva Nacional ampliada do PDT em que por unanimidade nós tomamos uma decisão (a de apoiar Lula para o segundo turno das eleições). E eu gravo esse vídeo para dizer que acompanho a decisão do meu partido, o PDT. Frente às circunstâncias, é a última saída.
Lamento que a trilha democrática tenha se afunilado a tal ponto que reste para os brasileiros duas opções, ao meu ver, insatisfatórias. Não acredito que a democracia esteja em risco neste embate eleitoral, mas sim no absoluto fracasso da nossa democracia em construir um ambiente de oportunidades que enfrente a mais massiva crise social e econômica que humilha a esmagadora maioria do nosso povo.
Ao contrário da campanha violenta da qual fui vítima, nunca me ausentei ou me ausentarei da luta pelo Brasil. Sempre me posicionei e me posicionarei na defesa do país contra projetos de poder que levaram nosso povo a essa situação grave e ameaçadora.
Espero que essa decisão ajude a oxigenar, temporariamente que seja, a nossa democracia. Mas se não houver a busca efetiva de novos ares e instrumentos, estaremos à mercê de um respirador artificial frágil e precário, limitadíssimo no tempo e no espaço. Pelo Brasil, minha luta e a do PDT seguirão sempre firmes, não aceitaremos imposições ou cabrestos de quem quer que seja.
Adianto que não pleiteio ou aceitarei qualquer cargo em eventual futuro governo. Quero estar livre, ao lado da sociedade, em especial da juventude, lutando por transformações profundas como as que propusemos durante nossa campanha.
E ao povo brasileiro me dirijo: fiquem certos de que, como sempre fiz, vou fiscalizar, acompanhar e denunciar qualquer desvio do governo que assumirá em janeiro, assim como vou seguir estudando e apresentando ideias para recuperar nosso país. Um grande, forte e agradecido abraço a todos e todas, e que Deus ilumine a nação brasileira."