Dia da Agricultura Irrigada: produção de alimentos e sustentabilidade na expansão de áreas irrigadas

Por

Redação

Cerca de 8 milhões de hectares no Brasil já são equipados com algum sistema de irrigação, mas a capacidade do país é bem maior

Em abril deste ano entrou em vigor a Lei 14.830/24, que institui o Dia Nacional da Agricultura Irrigada, que é comemorado oficialmente pela primeira vez neste sábado (15). A data serve para reforçar como a irrigação é aliada da produtividade, aumentando a oferta de alimentos. Mas essa lembrança da data deve vir junto a uma questão fundamental: expandir sem esquecer da sustentabilidade. 

De acordo com os dados mais recentes do Atlas Irrigação, desenvolvido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), o Brasil possui 8,2 milhões de hectares equipados para irrigação, sendo 64,5% (5,3 milhões de hectares) com água de mananciais e 35,5% (2,9 milhões de ha) fertirrigados com água de reuso. Essa área é equivalente a 8,2 milhões de campos de futebol.

Mas esse número não é considerado tão alto. Afinal, o Atlas indica que até 22% da área agropecuária atual do Brasil poderia ser irrigada, o que corresponde a cerca de 55 milhões de hectares. Para isso acontecer, poderiam ser usadas áreas degradadas ou de baixa produtividade. Como expansão, é previsto no país o aumento de mais 4,2 milhões de hectares até 2040, o que representa 79% a mais em comparação à área atualmente irrigada com água de mananciais. 

O engenheiro agrônomo Elídio Torezani destaca alguns benefícios da Agricultura Irrigada: “É possível modernizar o sistema de produção e, principalmente, aumentar a qualidade, oferta e regularidade dos alimentos”, afirma. Torezani enfatiza que  a agricultura irrigada não afeta a preservação ambiental ou outras atividades sociais e produtivas. 

Segurança alimentar 

Analisando dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization), até o ano de 2050, o mundo irá demandar o aumento de alimentos na base de 60% e de água, em 40%. 

Por isso, de acordo com o engenheiro, diretor da Hydra Irrigações, indo além da importância econômica, nota-se a contribuição da irrigação para assegurar a segurança alimentar da população mundial. Isso porque irrigar é, ao mesmo tempo, garantir a produção agrícola durante o ano todo, inclusive em áreas de pastagens e regiões com pouca precipitação ou com períodos de seca prolongados.

“Essa técnica é utilizada no cultivo de alimentos característicos da dieta, como arroz, feijão, legumes, frutas e verduras. Com o aumento da demanda por esses alimentos, se faz necessário aumentar a produtividade nas áreas já cultivadas, além do uso de áreas disponíveis para agricultura”, complementa. 

Sustentabilidade 

Para o diretor da Hydra Irrigações, empresa com sede em Linhares, município do Espírito Santo, um dos principais desafios quando se trata de irrigação é produzir mais alimentos utilizando cada vez menos água. Mesmo assim, a gestão de recursos hídricos é fundamental para que o crescimento da irrigação seja realizado de forma sustentável.

“Para promover o uso eficiente da água dentro de uma propriedade rural, basta conhecer as técnicas de manejo, assim, se faz irrigação com base na necessidade hídrica diária das plantas. É o conceito na prática de Agricultura Irrigada”, afirma Torezani. 

Em termos gerais, a irrigação supre a necessidade de água das plantas. Sem esse recurso, elas podem passar por estresse hídrico, diminuindo a produção. Porém, irrigar demais também é prejudicial. “O solo funciona como uma caixa d ‘água e armazena uma certa quantidade de água. Se fornecer mais água do que o solo é capaz de armazenar, haverão perdas em profundidade, abaixo da zona das raízes ou pela superfície, escorrendo e causando erosão”, explica Elídio. 

Ainda de acordo com Torezani, a irrigação toma “emprestado” um recurso e o devolve ao solo e a atmosfera, ao contrário do entendimento de que o recurso se perde e ou é consumido. 

“A adoção da irrigação planejada contribui para o aumento da biodiversidade e da fertilidade dos solos,  reduzindo a necessidade do uso de insumos e de defensivos agrícolas”, finaliza o engenheiro.

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