Dados apontam recordes de demissões em 2022

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Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre os meses de junho de 2021 e maio de 2022 indicam que mais de 6,17 milhões pedidos de demissão de trabalhadores com carteira assinada foram registrados em 2022.

Estes números estão acima do recorde anterior, de 5,83 milhões em março de 2014. O dado levanta o alerta de empresários em todo o país.

O consultor empresarial Glaucio Siqueira aponta que a solução é investir na retenção de talentos dentro da empresa. Ele diz que demitir é muito caro no Brasil, já que mesmo em pedido de demissão por parte do funcionário, a empresa deve arcar com verbas rescisórias proporcionais.

“Tudo isso sem falar no investimento de tempo e dinheiro necessários para a contratação de um novo profissional, por isso, reduzir a taxa de turnover (rotatividade de funcionários) é tão urgente dentro da gestão de uma empresa”, comenta Glaucio.

Uma das estratégias que o consultor aponta é o investimento no chamado “salário emocional”, com vantagens que vão além do salário.

“Estamos falando de fatores intangíveis como flexibilidade, autonomia e reconhecimento, que ajudam no engajamento e, por consequência, contribuem para reduzir o turnover”, frisa o consultor.

Ele lembra que foi-se o tempo que as pessoas só trabalhavam pelo pagamento ao final do mês, já que hoje os profissionais buscam satisfação pessoal também.

A pesquisa “Estado do local de trabalho: relatório de 2022”, divulgada pela Gallup, revelou que, na América Latina, apenas 23% dos funcionários se sentiam engajados.

Gláucio pontua que a falta de engajamento é um dos fatores relacionados ao pedido de demissão. O primeiro passo para buscar a solução, reforça ele, é entender o porquê da situação: salário, ambiente, sentimento de desvalorização.


“Pequenas mudanças já fazem a diferença, seja por meio de pequenas bonificações, confraternizações de equipe e atitudes de reconhecimento. Essas são apenas sugestões, mas o importante é ouvir e alinhar a expectativa do que os profissionais desejam com o que é possível dentro da realidade da empresa”, orienta Glaucio.

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