Criança com síndrome de AME tem Bolsa Família bloqueado em Itapemirim

Por

O Jornal

Shaymon vive em uma UTI montada no quarto de sua casa, onde respira e alimenta por aparelhos

A técnica em enfermagem Camila Ferreira, moradora de Campo Acima, em Itapemirim, está desesperada por ter o benefício do Bolsa Família bloqueado.

De acordo com Camila, ela procurou o CRAS e foi informada que o bloqueio do benefício se deu devido a falta da frequência escolar do seu filho, Shaymon Bento Ferreira.

A técnica em enfermagem, Camila Ferreira, expôs a situação de seu filho, que teve o benefício bloqueado

Camila explicou que seu filho nunca frequentou a escola, pois ele tem, desde que nasceu, a síndrome de AME (Atrofia Muscular Espinha) e sobrevive graças a aparelhos – “Fiz do quarto dele uma UTI. Ele respira por aparelhos e se alimenta por sonda. Como ele poderia frequentar a escola?”, indaga a mãe.

A mãe ainda explicou que Shaymon precisou passar os primeiros 4 anos de sua vida internado no Hospital Infantil de Cachoeiro.

A indignação da mãe agora se junta a de muitas pessoas que tomaram conhecimento do caso.

Ela está preparando para entrar com uma ação contra o governo para reclamar sobre o bloqueio do benefício.

Um advogado consultado por O JORNAL, disse que o direito ao benefício é certo e o governo disponibiliza os recursos regularmente – “No caso do Shaymon, se há alguma falha, essa se dá devido a falta de acompanhamento dos órgãos municipais, que são os repassadores do benefício, e que provavelmente nem conhecem a real situação. O correto seria, a partir da comunicação da Secretaria Municipal de Educação relatando a ausência do menino na sala de aula, uma outra equipe, seja do Cras ou até mesmo do Conselho da Infância e da Juventude, procurasse a família para saber qual o motivo da ausência. Se assim tivessem feito, nada disso (o bloqueio do benefício) teria acontecido”, explicou.

Nota da Redação

Diante da explicação, seria mais sensato, ao invés apenas assistir ao desespero de uma mãe, a Prefeitura, através de suas secretarias ou divisões, procederem os ajustes necessários para que a situação de Shaymon seja minimamente restabelecida, providenciando imediatamente o desbloqueio do benefício do bolsa família, pondo fim à este escabroso e insensível ato discricionário, que chega a ser desumano.  

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