A violência patrimonial é o terceiro tipo de violência contra idosos mais praticado no Espírito Santo, respondendo por 20% dos casos, segundo registros do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDDPI).
Outro dado preocupante vem da Delegacia Especializada de Proteção ao Idoso (Depi), que destaca o abuso financeiro contra idosos entre os tipos de violência com maior incidência, ao lado do registro de casos de ameaça e maus-tratos.
A delegada titular da Depi, Milena de Oliveira Gireli, enfatiza que é muito comum que um familiar se aproprie dos rendimentos ou use o cartão de crédito do idoso para fins que não são o cuidado desse idoso.
Milena frisa ainda que por acontecerem com frequência no ambiente familiar, as situações de abuso financeiro contra o idoso muitas vezes podem ser difíceis de serem percebidas. “É comum os idosos darem a senha das suas contas e cartões para os parentes porque não sabem fazer movimentações on-line, o que facilita os golpes”, pontua.
Segundo a delegada, a Depi não dispõe de dados estratificados sobre a violência contra idosos, que pode ser da ordem física, psicológica, sexual e patrimonial. No cômputo geral, até agora em 2022 foram registrados 673 casos. No ano passado, foram 1.878 ocorrências.
Já a presidente do CEDDPI, Marta Nunes, alerta que essa prática perde apenas para a negligência, que corresponde a 41% dos casos, e para a agressão psicológica, que soma 24% das denúncias. Em quarto lugar está a violência física, com 12% dos casos denunciados ao conselho.
Outro dado que merece destaque é que o estado ocupa a 8ª posição no ranking da maior população idosa do país proporcionalmente, com 636 mil pessoas de 60 anos ou mais, o que representa aproximadamente 15,8% da população atual capixaba.
Em Vitória, essa proporção sobe para 19,7%, a terceira mais alta entre as capitais do Brasil. Os dados são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).