Fila Zero e Casa dos PcDs e Autistas estão entre as propostas colocadas pela dupla
A realidade dos serviços de saúde em Cachoeiro, hoje, é marcada por uma população cansada: desde as longas esperas por consultas com especialistas e pela realização de exames simples ou complexos, até por conviver com atendimentos em uma estrutura precária em muitas Unidades Básicas de Saúde. Nesta terça-feira (23), os pré-candidatos Diego Libardi (Republicanos) e Rafaela Donadeli (União Brasil) anunciaram, durante reunião de construção do seu Plano de Governo, que uma das suas principais bandeiras para saúde em Cachoeiro será a de zerar as filas do SUS para consultas especializadas, exames e cirurgias eletivas.
O desafio é grande, mas, além da experiência da vice, que é da área da saúde, o time conta com dois grandes reforços: os deputados estaduais Dr. Bruno Resende e Allan Ferreira, que já são notórios defensores da pauta na Assembleia Legislativa e vêm mobilizando recursos para a saúde em Cachoeiro de Itapemirim.
Durante a reunião – em que participaram médicos, diversos profissionais da saúde, representantes dos hospitais, lideranças comunitárias, usuários do SUS, pais de autistas e pessoas com deficiência – o pré-candidato a prefeito reforçou a importância da participação da sociedade.
“Não adianta construir um projeto utópico ou que seja desconectado da vontade do cachoeirense. Queremos saber o que as pessoas pensam e desejam, dar espaço para que apontem as dores. Assim, vamos juntos buscar soluções factíveis, possíveis de serem aplicadas, a começar pela atenção básica e os programas de prevenção, até a implementação de tecnologias e inovação, para colocar a saúde em um novo patamar na cidade”, afirmou.
A pré-candidata a vice reforçou que o projeto de zerar as filas na saúde é algo a ser feito com ações de longo prazo, com realização de mutirões e trazendo a parceria dos hospitais filantrópicos e também do setor privado.
Destacou, ainda, que um dos caminhos é, justamente, a promoção da saúde e a qualidade na atenção básica. “Quando temos um olhar preventivo, de acompanhamento do paciente SUS no seu bairro, com uma equipe multiprofissional qualificada, com unidades de saúde estruturadas, com atendimento humanizado, estamos promovendo a saúde, diminuindo a demanda por procedimentos mais complexos e por leitos nos hospitais e, o mais importante, trazendo qualidade de vida para as pessoas”, lembrou.
Outro ponto de destaque abordado no encontro foi a criação da Casa do PcD e do Autista, um espaço com estrutura e equipe especializada para trazer uma linha de cuidado direcionada para este público.
Aline Kelly Fontoura é voluntária da Apae há oito anos e mãe de um autista não-verbal de 15 anos. Na opinião dela, a instituição consegue exercer um bom trabalho na saúde e na educação das crianças, mas não pode absorver toda a demanda, pois é cada vez maior o número de casos de crianças autistas ou com outros transtornos do neurodesenvolvimento.
“O grande problema, hoje, é na assistência aos adolescentes e jovens que finalizam a escola e passam a ser atendidos somente duas vezes na semana. É necessário ampliar estes atendimentos, continuar o tratamento contínuo desses jovens para que eles se sintam úteis, sejam estimulados e sigam se desenvolvendo”, opinou.
Libardi ressaltou que Cachoeiro carece de políticas públicas e ações pontuais voltadas para a causa dos autistas e PcDs. “Hoje, o número de famílias atípicas só aumenta. Tivemos aqui depoimentos de pais e mães que vivem essa realidade e que apontaram diversas dificuldades que não podemos aceitar numa cidade que deveria cuidar da população. Todas essas demandas estão na nossa pauta, e a melhor forma de promover a transformação necessária é dialogando, dando voz a quem vive na pele, para que seja possível traçar os caminhos que vão nos levar à uma saúde com mais dignidade e qualidade para os cachoeirenses.”