Comerciantes e moradores da Lagoa do Siri estiveram reunidos na última terça-feira (7), para serem apresentados ao projeto de reurbanização do balneário, proposto pela Prefeitura de Marataízes.
A obra foi solicitada pelo Instituto Estadual de Meio Ambiente (IEMA) e Ministério Público Estadual, visando adequar o local, garantindo a proteção ambiental e, ao mesmo tempo, a mobilidade dos frequentadores, adaptando o local para o recebimento de pessoas idosas e com dificuldade de locomoção.
A apresentação foi feita pela empresa contratada para elaboração do projeto – a Avantec Engenharia, e contou com a presença do secretário municipal de Meio Ambiente e do secretário municipal de Obras e Urbanismo, além de técnicos das pastas e de vereadores.
Orçado em R$ 25 milhões, o projeto contempla a despoluição e drenagem das águas, bem como o engordamento da faixa de areia da lagoa, rampa de acesso, construção de calçadão em seu entorno, deck, banheiros públicos, mirante, um anfiteatro para manifestações culturais e shows, além da demolição e construção de novos quiosques e paisagismo.
Após a exibição do novo desenho urbanístico feita pela empresa, os comerciantes locais puderam falar e manifestaram insatisfação com o projeto apresentado, principalmente por não terem sido ouvidos previamente para fazerem suas colocações – “Lógico que queremos e precisamos de melhorias, mas é preciso que sejamos ouvidos para que o projeto nos atenda realmente”, ponderou um comerciante local.
O local, que hoje é considerado um dos únicos equipamentos turísticos da cidade, com vários restaurantes que servem os melhores pratos da culinária local, é formado basicamente por empreendedores familiares, nativos, portanto, com muitas histórias para contar, conhecedores maiores das particularidades do lugar.
Em várias das falas, os comerciantes criticaram a falta do projeto em contemplar o maior problema que afeta a lagoa – a captação do esgoto que é despejado nas águas próximo a nascente, que fica próximo a localidade de Brejo dos Patos, área rural do município.
Os comerciantes também criticaram a questão relacionada a demolição dos quiosques existentes para a construção de novos, já que, para a ocupação dos novos passariam, como exige a lei, a licitação destes pontos, o que poderia trazer outros ocupantes para a área.
Muitos proprietários dos atuais quiosques existentes estavam presentes e também criticaram este ponto do projeto – “Não somos contrários à demolição dos quiosques, mas se é para organizar o local, não achamos justos que os novos quiosques fiquem em frente aos restaurantes, fazendo concorrência. Também não somos favoráveis a construção de banheiros públicos da forma que foi colocado, pois é preciso saber como se dará esta manutenção”.
Em relação ao anfiteatro, que também consta no projeto, os moradores e comerciantes manifestaram preocupação quanto o que poderia se tornar o espaço em ocasiões que não estiver sendo utilizado – “Se não houver uma atenção, o local poderá se transforma em ponto de venda e consumo de drogas”, disse uma moradora. Após a manifestação da comunidade local, a reunião foi encerrada, com os técnicos e engenheiros da prefeitura prometendo levar as considerações para adequar melhor o projeto dentro das necessidades apontadas, mas não há uma data para que um novo projeto seja apresentado.