O setor de comércio varejista do Espírito Santo revelou há alguns dias a existência de um “apagão” de mão-de-obra no Estado. De acordo com dados da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps) e do Connect Fecomércio, hoje existem 6 mil vagas abertas no setor em todo o ES, que não são preenchidas.
Levando em conta os 60 mil empregos diretos e 120 mil indiretos no setor supermercadista, o número impressiona. É quase a mesma quantidade de vagas preenchidas entre janeiro e julho deste ano: 7.700.
Essa realidade tem duas explicações. A primeira reside na ainda grande quantidade de pessoas desalentadas, ou seja, fora do mercado de trabalho, por questões sociais ou econômicas. São pessoas, em sua maioria, que desistiram de procurar emprego, preferindo trabalhar na informalidade ou empreender em algum negócio próprio, leia-se Microempreendedores Individuais (MEIs). O desemprego, hoje em 5,6%, tem diminuído, mas isso ainda não satisfaz a necessidade de mão-de-obra das empresas.
A outra explicação está na capacitação, ou na falta dela. Muitas pessoas que procuram as vagas abertas acabam sendo desqualificadas por não atenderem aos requisitos de escolaridade, experiência profissional ou aptidão. Mas alguns municípios, em parceria com entidades e os governos estadual e federal, têm obtido êxito em mudar essa realidade.
É o caso de Marataízes, no Litoral Sul do Espírito Santo. O Município vem se consolidando como um dos pólos de empreendedorismo mais promissores do litoral capixaba. Até julho de 2025, Marataízes alcançou a marca de 5.095 empresas ativas, um aumento de 47,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
Por meio do programa Qualificar, desenvolvido pelo Governo do Estado em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Habitação e Trabalho (Semasht), centenas de trabalhadores receberam treinamento e foram contratados por empresas recentemente instaladas na cidade. Também foram realizados dezenas de cursos profissionalizantes por meio de convênio entre a Semasht e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
As próprias empresas procuram a agência local do Sistema Nacional de Emprego (SINE), uma das que mais conseguem oferecer e preencher vagas de emprego entre os 78 municípios capixabas.
“A capacitação de mão-de-obra recebe incentivo diário da nossa gestão municipal, porque a geração de empregos e o crescimento sustentável da economia de Marataízes são compromissos assumidos pelo prefeito Toninho Bitencourt”, disse o secretário de Assistência Social, Pastor João Batista Filho.
É importante registrar também o trabalho da Sala do Empreendedor de Marataízes, da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento Sustentável (Seplades), que realiza parcerias com empresas e entidades, como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Agência de Desenvolvimento Regional do Espírito Santo (Aderes), para fortalecer o empreendedorismo local.
“A nossa atuação na captação de recursos e no fortalecimento do empreendedorismo, juntamente com a capacitação de mão-de-obra, está ajudando a fazer de Marataízes um oásis de excelência no Espírito Santo. Nossa expectativa é melhorar ainda mais os índices de crescimento econômico e os indicadores sociais no Município”, disse Luciano Sansão Teixeira, secretário de Planejamento.
Esse avanço, reforça Sansão, é resultado dessa combinação de fatores, com o fortalecimento de políticas públicas voltadas ao empreendedorismo, a ampliação de oportunidades de capacitação e crédito.