Servidores públicos municipais de Itapemirim realizaram na última sexta-feira (23), uma carreata em protestos contra a Administração Municipal, pelos descumprimentos de acordos e decisões judiciais que lhes eram favoráveis, entre as quais está a dívida que a Prefeitura tem com o Sindiserv (sindicato que representa a categoria) no valor que já ultrapassa os R$ 10 milhões.
Os servidores se concentraram por volta das 15 horas, próximo ao Parque de Exposições da cidade. De lá, os veículos percorreram as principais ruas da cidade, parando em frente à Prefeitura, ao Fórum da Cidade e ao Ministério Público, onde o presidente do sindicato, Cleverson Maia, repetiu o manifesto com as reivindicações dos servidores.
Depois destas breves paradas, a carreata prosseguiu e seguiu em direção à Itaoca e Itaipava, onde foi recebida com aplausos de moradores e recebeu o apoio de comerciantes.
Na noite do dia anterior, o prefeito Thiago Peçanha usou as redes sociais para anunciar o pagamento de parte dos salários atrasados, como forma de enfraquecer o movimento dos servidores, o qual ele denominou como ‘carreata cavalo de Troia’.
No entanto, a medida não surtiu o efeito esperado. Cleverson Maia considerou a manifestação histórica e contou com a aprovação inclusive da população e de comerciantes da cidade – “Estou muito feliz com a demonstração de união de nossa classe em prol de um objetivo comum, que é o de ser respeitado. Foi um movimento histórico em Itapemirim”, comemorou.
O Sindeserv reforçou que os pontos reclamados pelos servidores, que a atual Administração Municipal insiste em sonegar, são, além da dívida de mais de R$ 10 milhões com o Instituto de Previdência dos Servidores Municipais, também uma dívida relativa a rescisão de comissionados e contratados dispensados ainda em 2020; Uma dívida de mais de seis meses do cartão alimentação (Facecard) está na pauta de reclamação dos servidores. Há ainda dívidas com diárias e horas extras realizadas e não pagas, e dívida correspondente a 7 meses de revisão salarial anual referentes ao período de janeiro a julho de 2017.
Se junta aos pleitos dos servidores a não convocação dos candidatos aprovados no concurso público de 2019 contrariando o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pela Prefeitura de Itapemirim e Ministério Público do ES. Por fim, reclamam do atraso sistemático no repasse da contribuição dos servidores ao Sindicato, que também denunciam indícios de irregularidades referentes aos Processos Seletivos realizados pela prefeitura.
Pedaladas
Depois que o prefeito foi às redes sociais para anunciar o pagamento de parte dos atrasados, ainda na noite anterior aos protestos dos servidores, surgiu a informação de um servidor do setor de contabilidade da Prefeitura, de que os recursos utilizados para o referido pagamento estariam sendo oriundo dos royalties do petróleo, o que é vedado por lei. Se esta denúncia for confirmada, a administração incorre um mais um crime de responsabilidade, que pode ter um custo ainda pior para os gestores.