Depois das lágrimas de frustração da derrota em Montevidéu no ano passado, o rubro-negro hoje chora de felicidade em Guayaquil. Na final contra o Athletico, Gabigol, de novo, decidiu: 1 a 0, com gol marcado, de novo, nos acréscimos – desta vez no primeiro tempo.
.E a América do Sul é do Flamengo pela terceira vez. O Flamengo se junta a São Paulo, Santos, Grêmio e Palmeiras, as cinco equipes brasileiras tricampeãs da Libertadores da América.
Não foi um grande jogo. E era até de certa maneira equilibrado até a expulsão de Pedro Henrique, no fim do primeiro tempo. Quatro minutos depois, aos 49, Gabriel Barbosa completou ótima jogada de Everton Ribeiro, que tabelou com Rodinei.
.Com um a menos, o Furacão se jogou para frente no meio da segunda etapa e só ameaçou em finalizações de longa distâncias – duas vezes com o uruguaio Terans.
1º tempo
O jogo foi ruim na primeira etapa. Foram poucas oportunidades claras e marcação muito forte dos dois lados.
Com postura mais agressiva do que das partidas anteriores contra o Flamengo, o Athletico conseguiu duas boas chances antes dos 15 minutos, em chute cruzado de Vitinho em falha de David Luiz e depois em voleio dentro da área, por cima, em finalização de Alex Santana.
A primeira tentativa do Flamengo veio em saída rápida de Rodinei pelo meio e chute travado pela defesa paranaense. Bento fez a defesa. Mas aos poucos, a cara do primeiro tempo mudava, depois de muitas tentativas lado a lado de lançamentos longos nas costas dos laterais – foi assim que Léo Pereira criou algumas jogadas pela esquerda no Flamengo.
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Flamengo é tricampeão da Libertadores da América (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
.Aos 27 minutos, Pedro Henrique, que marcava muito bem Pedro, deu entrada mais dura em Gabigol, de costas para o gol. Levou cartão amarelo. Naquele momento, Filipe Luís já havia deixado o campo para a entrada de Ayrton Lucas, jogador mais veloz e que vai ao fundo.
.Foi numa escapada dessas que o lateral deu um tapa na frente, Pedro Henrique chegou atrasado e foi expulso pelo segundo cartão amarelo, aos 42 minutos – logo em seguida da advertência que Alex Santana recebeu.
.O gol do Flamengo saiu em bonita jogada de Everton Ribeiro, que tabelou com Rodinei, foi ao fundo e cruzou de perna direita. Gabigol só escorou. Foi o seu quarto gol em três finais de Libertadores pelo Flamengo. São 29 no ranking histórico da Libertadores, empatando com o ex-atacante Luisão.
- 2º tempo
Felipão não quis substituir antes do intervalo, mesmo depois da expulsão de Pedro Henrique, mas fez quatro mudanças na primeira metade da segunda etapa. Colocou no intervalo o zagueiro Matheus Felipe no lugar de Alex Santana, depois Canobbio (saiu Vitor Bueno), Rômulo (Vitinho) e ainda Pablo na vaga de Vitor Roque.
.Mas o jogo tinha poucas ações ofensivas. O Flamengo de Dorival Júnior tinha dúvidas na forma de jogar: administrava o resultado com um a mais ou tentava matar a partida?
.Do outro lado, o Athletico só ficou mais perigoso com a entrada de Terans. O uruguaio sofreu faltas na entrada da área e finalizou com algum perigo duas vezes. Na primeira, Santos de rebote e Canobbio se jogou, tentando cavar pênalti. Na segunda, cobrou falta no ângulo, mas Santos encaixou sem fazer força.
Fernandinho na final da Libertadores: experiente meia tentou levar Athletico ao seu primeiro título da Libertadores (Foto: Staff Images/ CONMEBOL)
No fim da partida, nervosos, os rubro-negros ainda desperdiçaram contra alguns -ataque. Por duas vezes, Pedro errou passe para Gabigol. A única chance efetiva foi no rebote dentro da área que Arrascaeta cabeceou e Bento fez a defesa.
.O fim de jogo premiou a equipe mais forte do futebol brasileiro nos últimos anos. Contra um Athletico que surpreendeu, igualou forças, mas não conseguiu ameaçar depois de jogar com um homem a menos em campo.
Gabitri
São 29 gols em taça Libertadores da América, mas quatro deles em finais. Três deles muito especiais para os rubro-negros. Três anos depois de fazer dois na virada contra o River Plate, em Lima, Gabigol marcou nos acréscimos da primeira etapa e decidiu a final contra o Athletico. Predestinado como sempre!
Com Fernandinho e Khellven próximos, Gabigol escora o cruzamento e faz o gol na final da Libertadores (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)
A expulsão que mudou o jogo
Pedro Henrique fazia boa partida até o final do primeiro tempo. Mas em duas faltas colocou tudo a perder. A primeira, aos 27 minutos de jogo, pelas costas de Gabigol, rendeu cartão amarelo. A segunda, em carrinho em cima de Ayrton Lucas, provocou o segundo cartão amarelo e o adeus à final. O gol único da partida saiu minutos depois do lance. Um castigo que veio rápido para o Furacão e pesou na Libertadores.
Felipão lamenta expulsão de seu jogador no primeiro tempo de Flamengo 1 x 0 Athletico, na final da Libertadores (Foto: Reuters)