Uma equipe de cientistas polacos descobriu que a múmia que estava estudando – e que se pensava ser um sacerdote – era, afinal, uma mulher que estava no sétimo mês de gravidez. É a primeira vez que se encontra uma múmia de uma mulher grávida com este estado de preservação, indicaram os investigadores.
A investigação está sendo realizada pelo Warsaw Mummy Project, um projeto do Museu Nacional da Varsóvia, e os resultados foram publicados esta semana no Journal of Archaeological Science.
"Este é o primeiro caso conhecido de uma mulher grávida embalsamada e as primeiras imagens radiológicas de um feto nas mesmas condições", pode ler-se no estudo. Uma descoberta que "abre novas possibilidades de investigação da gravidez em tempos antigos e de práticas relacionadas com a maternidade".
Desde 2015 que a equipe está concentrada em analisar múmias de humanos e animais do antigo Egito. A múmia em questão tinha sido transportada para Varsóvia em 1826 e a inscrição no caixão identificava um sacerdote, não tendo nenhuma investigação anterior descartado que se tratava de um homem.
"A nossa primeira surpresa foi que não existia um pénis, mas sim seios e cabelo comprido. E depois descobrimos que era uma mulher grávida", indicou a antropóloga e arqueóloga Marzena Ozarek-Szilke, à Associated Press.
"Ficamos verdadeiramente chocados quando vimos o pequeno pé e depois a pequena mão [do feto]", acrescentou, naquela que é a primeira descoberta do gênero no mundo.
Os cientistas determinaram, graças a análises computorizadas e de raio-X, que a mulher teria uma idade estimada entre os 20 e os 30 anos e que tamanho do crânio do bebê a coloca entre as 26 e as 28 semanas de gestação. Terá morrido no século I a.C.