Peça em homenagem ao escritor ganhou mais destaque no local
Nesta quarta-feira (11), quando Newton Braga (1911-1962) completaria 110 anos, o busto que homenageia o escritor cachoeirense voltou para seu lugar de origem, estando, agora, mais destacado, no centro da praça Jerônimo Monteiro, em Cachoeiro.
A cerimônia de reinauguração, realizada pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Semcult), contou com a presença de diversas autoridades e de familiares do poeta, que estavam muito emocionados.
As duas filhas de Newton, Marilia e Rachel Braga, acompanharam a solenidade e se mostraram muito felizes. Marília, de 84 anos, relembrou fatos de sua infância, em uma Cachoeiro com poucos habitantes. Ela destacou como a história de Newton e da cidade se mesclam, se completam e o quanto o jornalista e advogado ficaria feliz em ver a evolução do munícipio.
“Esta praça é como se fosse o quintal de minha casa. Eu cresci aqui, estudei no Bernardino Monteiro; nós vimos Cachoeiro crescer. E meu pai fez parte disso. Ele amava essa cidade. Por isso, ver o busto dele voltando para seu local de pertencimento e recebendo o reconhecimento que merece, enche meu coração de gratidão”, completou.
Projetado pelo artista capixaba Maurício Salgueiro de Souza, o busto de bronze agora está posto numa estrutura feita em quartzito branco, com o entorno ornado com tratamento paisagístico – gramado e plantas ornamentais. Para montar a estrutura, a Semcult contou com a parceria das secretarias municipais de Manutenção e Serviços (Semmat), Urbanismo, Mobilidade e Cidade Inteligente (Semurb) e Obras (Semo).
“É uma honra fazer parte disso. Cachoeiro está fazendo história, devolvendo o lugar de honra e destaque para aquele que, por onde foi, destacava Cachoeiro”, expressou o prefeito Victor Coelho, que ainda aproveitou a ocasião para homenagear Newton lendo “Fraternidade”, um dos poemas mais conhecidos do escritor.
A secretária de Cultura e Turismo de Cachoeiro, Fernanda Martins, destacou a importância de Newton e de sua família para a história do município.
“Newton Braga tinha um olhar para as minorias, para os esquecidos, para os invisíveis da sociedade. Acredito que, neste tempo tão difícil, a grande lição que Newton nos deixaria é o seu olhar para o outro. O grande exemplo desse homem poeta foi a empatia, a compaixão, a sensibilidade, o humor fino e o amor. Essa herança ele deixou para todos nós”, finalizou.
Semana de celebração
O evento fez parte da programação de celebração aos 110 anos de Newton Braga, organizada pela Semcult.
Na última segunda-feira (9), foi anunciado o resultado final do 1º Festival de Poesia “Newton Braga: entre seus amores e minhas paixões”. Nesse mesmo dia, foi exibida uma entrevista com Dona Didi que foi, por muitos anos, secretária de Newton. A conversa pode ser acessada no canal oficial da Semcult no Youtube.
Também está disponível, no canal da Semcult, o curta “Memórias”, baseado nos poemas do livro “Poesia e Prosa”, do escritor cachoeirense. O vídeo foi produzido por servidores da secretaria.
Mais sobre Newton Braga
Newton Braga nasceu em 1911, na fazenda do Frade, administrada pelo pai, Francisco Braga, primeiro prefeito de Cachoeiro. Jornalista, advogado e escritor, ele estudou no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, cidade onde atuou em jornais e publicou poemas com influência do modernismo.
Em 1932, voltou para a cidade natal, onde foi jogador do Estrela do Norte e redator-chefe do Correio do Sul, que o ajudou a impulsionar movimentos cívicos, como a criação do Dia de Cachoeiro. “Lirismo perdido”, “Cidade do interior” e “Poesias e prosa” são algumas de suas principais obras.