Em levantamento realizado pelo Datafolha, a maioria dos brasileiros diz rejeitar a agenda armamentista de Jair Bolsonaro (PL). Os que são contra o armamento da população representam 72%, mas o índice sobe para 78% entre os que se autodeclaram pretos e para 75% entre quem tem renda de até dois salários mínimos.
Em relação à frase "é preciso facilitar o acesso de pessoas às armas", 78% da população preta discorda. No geral, a discordância é de 71%.
A pesquisa ouviu 2.556 pessoas de 181 municípios do país nos dias 25 e 26 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Diretora de pesquisa do Instituto Igarapé, Melina Risso, afirma à Folha de S. Paulo que "os resultados apontam que a população brasileira é contra a flexibilização no acesso a armas e não acredita que elas funcionem como instrumento de defesa nem de segurança, o que é consistente com achados anteriores. (…) A população brasileira não é pró-armas, apesar da intencionalidade da mais alta liderança do país, que faz as vezes de um garoto-propaganda de armas no Brasil".
Ela também destaca a maior discordância de pretos e pobres em relação ao armamento. "Os recortes de raça e de renda podem indicar, quanto maior a proximidade do problema da violência, mais as pessoas compreendem que a arma não traz segurança. Quem está sofrendo as consequências da violência na pele tende a refutar as armas como solução".