Palestinos desesperados aguardam para receber comida em Khan Younis, na Faixa de Gaza, em meio aos ataques de Israel – 04/08/2025 (Foto: REUTERS/Hatem Khaled)
O número total de mortes por desnutrição na Faixa de Gaza, causada pelo bloqueio israelense à entrada de ajuda humanitária, subiu para 281 pessoas, incluindo 114 crianças, informou neste sábado (23) o Ministério da Saúde de Gaza. A reportagem é da agência Sputnik.
“Nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde de Gaza registrou oito mortes por fome e desnutrição, incluindo duas crianças. Com isso, o número total de vítimas da fome chega a 281, sendo 114 crianças”, diz o comunicado.
Na sexta-feira, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) da ONU confirmou pela primeira vez níveis catastróficos de fome na Faixa de Gaza desde o início do conflito, em 2023. De acordo com a Classificação Integrada de Fases de Segurança Alimentar (IPC) da ONU, há cinco fases de desnutrição, sendo da três à cinco consideradas de privação alimentar severa. A última análise mostra que as condições em Gaza já são suficientes para declarar a categoria mais extrema de fome, disse o PMA. Até o fim de setembro, mais de 640 mil pessoas em todo o enclave palestino enfrentarão níveis catastróficos de insegurança alimentar, classificados como IPC Fase 5.
Após retomar parcialmente as entregas de ajuda humanitária aos palestinos entre 27 de julho e 20 de agosto, Israel permitiu a entrada de 2.187 caminhões no enclave, o que cobre menos de 15% das necessidades da população. Segundo as autoridades de Gaza, a maioria dos caminhões é saqueada com a conivência do Exército israelense. Para atender minimamente às necessidades básicas de alimentos, combustível e medicamentos, seriam necessários ao menos 600 caminhões entrando em Gaza diariamente, estimam.