Biden diz que EUA não prolongarão conflito na Ucrânia

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www.brasil247.com - Joe Biden

 

Nesta terça-feira (31), em artigo de opinião, o presidente norte-americano, Joe Biden, delimitou o que os Estados Unidos farão em relação à crise na Ucrânia daqui em diante e afirmou que não pretende prolongar o conflito para causar danos à Rússia.

Biden publicou o artigo no jornal The New York Times afirmando que pretende ser claro em relação ao que os EUA farão e não farão a partir de agora em relação à operação militar russa na Ucrânia. Washington já enviou dezenas de bilhões de dólares a Kiev.

Apesar do contínuo apoio financeiro e de armas, o presidente norte-americano garantiu em seu artigo que não pretende prolongar o conflito na Ucrânia e reiterou a manutenção do apoio dos EUA a Kiev. Segundo Biden, Washington enviará armas ainda mais avançadas ao país europeu, mas limitará o arsenal a armamentos de curto alcance.

O presidente dos EUA garantiu que o país seguirá enviando à Ucrânia armas como mísseis anti-tanques Javelin, mísseis antiaéreos Stinger, artilharia pesada, sistemas de mísseis de precisão, radares, drones, helicópteros Mi-17 e munição.

Biden salientou que os EUA não buscam uma guerra entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Rússia e que não pretendem fomentar a queda do presidente russo, Vladimir Putin.

"Desde que os Estados Unidos e nossos aliados não sejam atacados, não nos envolveremos diretamente neste conflito, seja enviando tropas norte-americanas para lutar na Ucrânia, ou atacando forças russas", disse o líder da Casa Branca. "Nós não estamos encorajando ou permitindo que a Ucrânia realize ataques para além de suas fronteiras. Nós não queremos prolongar a guerra apenas para causar danos à Rússia", acrescentou.

Biden ressaltou que sua administração quer que a Ucrânia seja "democrática, independente, soberana e próspera, com capacidade de dissuasão e de se defender de agressões futuras", acrescentando que continuará enviando armas ao país do leste europeu. Segundo ele, isso garantirá aos ucranianos uma maior capacidade de negociação com os russos.

"É por isso que decidimos enviar aos ucranianos sistemas mais avançados de mísseis e munições capazes de atingir com maior precisão alvos sensíveis no campo de batalha", afirmou.

Biden também afirmou que seu governo não pressionará a Ucrânia a ceder seus territórios. Segundo o mandatário, as negociações com a Rússia não foram interrompidas por Kiev devido a algum tipo de abandono da diplomacia, mas por causa de vitórias militares russas.

O presidente norte-americano também disse em seu artigo que não há indícios de que a Rússia utilizará armas nucleares na Ucrânia.

"Eu sei que muitas pessoas ao redor do mundo estão preocupadas sobre o uso de armas nucleares. Nós atualmente não vemos indícios de que a Rússia tenha a intenção de usar armas nucleares na Ucrânia, apesar de a retórica nuclear russa ser perigosa e extremamente irresponsável", disse Biden.

O mandatário acrescentou que o uso de armas nucleares seria "inaceitável" e traria graves desdobramentos.

"Deixe-me ser claro: qualquer uso de armas nucleares nesse conflito, em qualquer escala, é inaceitável para nós, assim como para o resto do mundo, e acarretaria consequências severas", afirmou.

Joe Biden, também prometeu em seu artigo que continuará trabalhando com "aliados e parceiros" em relação às sanções contra a Rússia. As medidas foram descritas por ele como as mais severas já realizadas contra uma grande economia.

"Nós também enviaremos bilhões [à Ucrânia] a mais em auxílio financeiro, conforme autorizado pelo Congresso", disse Biden.

Em relação à crise alimentar mundial deflagrada pelo conflito ucraniano, o presidente norte-americano se comprometeu a cooperar com países aliados em busca de soluções. Biden também afirmou que os EUA ajudarão seus parceiros a reduzir a dependência de combustíveis fósseis russos e acelerar a transição para um futuro de energia limpa.

Além disso, o presidente dos EUA disse que Washington defende o reforço do flanco oriental da Otan e reiterou o apoio às candidaturas de Finlândia e Suécia à aliança militar ocidental, recentemente bloqueadas pela Turquia.

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