Azeite Fake?! Confira o que dizem especialistas

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O azeite de oliva está entre os produtos alimentares mais fraudados no mundo, atrás apenas dos pescados, sendo informações do Ministério da Agricultura. A mais comum é a mistura de óleo de soja com corantes e aromatizantes artificiais. Também são encontrados casos de azeite de oliva refinado vendido como azeite extra virgem.

Além das fraudes, outro problema comum são irregularidades de classificação (vender um azeite como extravirgem, quando na verdade é virgem. De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, 84% dos azeites de oliva importados ditos extravirgem não pertencem, na verdade, a essa classificação.

Para alertar sobre essa situação, o Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) lançou um manifesto, lembrando que o consumo de produtos que não atendem às expectativas de qualidade e aos benefícios à saúde é um problema de alta relevância.

“Entendemos que tal prática não apenas distorce o cenário da concorrência justa, mas acarreta também uma repercussão de extrema magnitude: a disseminação de engano e desinformação entre a população”, destacou, no documento, o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes.

Em agosto, em audiência pública realizada durante a feira agropecuária Expointer, em Esteio (RS), Paulo Gustavo Celso, do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, afirmou que existe muita “propaganda fraudulenta, de produto fraudulento”. Ele alerta que há diferença entre azeite de oliva e óleo de bagaço de oliva, que muitas vezes é vendido como azeite de oliva virgem e até como extravirgem.

Classificações de azeites e seus subprodutos:

Azeite Extravirgem: resultado de azeitonas saudáveis, colhidas e processadas por meio físicos e mecânicos, sem a adição de qualquer produto. Este azeite é obtido através de uma cuidadosa extração a frio e possui a acidez de, no máximo, 0,8%. É considerado o azeite mais puro, saudável e saboroso. Conta com a presença de polifenóis, que são micronutrientes antioxidantes. O azeite extravirgem é utilizado em pão, torradas, queijos e pratos sofisticados.

Azeite Virgem: é o óleo extraído da azeitona menos sadia que teve um processo de extração com menor qualidade. Também não possui adição de outros produtos. A acidez do azeite varia entre 0,8% a 2%. Este azeite pode ter alguns defeitos sensoriais como fermentação, ranço, borra, dentre outros, e a presença de polifenóis é bastante reduzida.

Azeite Lampante: possui acidez acima de 2% e é produzido com diversos defeitos sensoriais. O líquido, obtido através da azeitona de má qualidade, não possui produtos adicionais e não passou por refino. Este azeite não é próprio para o consumo humano e deve ser usado somente na indústria. Para ser consumido como óleo alimentar deve passar por refino.

Azeite refinado: produzido a partir do azeite lampante que passou pela refinação, com a adição de produtos químicos para redução de acidez e desodorização. Durante este processo, o líquido fica sem sabor, cheiro ou cor. Para ser comercializado, é necessário a adição de azeite virgem tendo o nome comercial de Azeite de Oliva Tipo Único.programa nacional de combate à fraude do Ministério da Agricultura, mas precisamos que também o consumidor tenha uma participação ativa. Ele tem que buscar conhecimento, ele tem que se interessar por aquilo que está consumindo”, alerta Gustavo Celso.

“Estes laudos do Mapa comprovam que o consumidor está sendo enganado. Ele tem o direito de saber o que está consumindo, de investir em sua saúde”, salienta o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, que destaca a qualidade do azeite extravirgem brasileiro.

De acordo com o professor Juliano Garavaglia, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), é importante que os consumidores saibam avaliar as características de um azeite de qualidade.

“As pessoas precisam saber que óleo de máquina, por exemplo, também é óleo, mas não pode ser consumido. É isso que essas análises estão tentando explicar e combater”, reforça. Outra questão importante levantada por ele é a atenção à data de validade. “O azeite é perecível, não fica melhor com o tempo”, pontua.

Tipos de azeite

Segundo a azeitóloga Glenda Haas, proprietária do Lagar H – marca que recebeu um certificado inédito de produção com emissões negativas de carbono -, ao escolher um azeite, o consumidor está, na verdade, selecionando a qualidade dos frutos colhidos.

“Priorizar o consumo do azeite extravirgem de origem e procedência confiável é garantir o consumo de um produto superior, elaborado a partir de azeitonas sadias, que não sofreram deterioração durante o processo de produção”, explica a azeitóloga.

Frutos danificados resultam nas outras duas subcategorias de azeites encontradas nas prateleiras dos mercados: o virgem, que possui defeitos de aroma e sabor, e o lampante, que precisa ser refinado para tornar-se próprio para o consumo.

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