Mesa que dirigiu os trabalhos da Audiência Pública
A cidade de Anchieta recebeu na noite desta terça-feira (1º), uma Audiência Pública para discutir os impactos da construção de um ramal da EF-118 que ligará o Sul do Estado ao litoral norte fluminense. O Porto Central foi outro assunto discutido no encontro.
O encontro, que aconteceu no plenário da Câmara de Vereadores, reuniu lideranças políticas, empresários e representantes comunitárias de vários municípios da região.

O deputado, Dr. Bruno Resende, presidente da Frente Parlamentar do Desenvolvimento Econômico do Sul Capixaba, conduziu as discussões da Audiência Pública
Dirigida pelo deputado Bruno Resende (União), que preside a Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento Econômico do Sul Capixaba, a audiência pública teve a presença do vice-governador, Ricardo Ferraço (MDB) e dos prefeitos de Anchieta, Léo Português (PSB) e do prefeito de Marataízes, Toninho Bitencourt (Podemos), além de vereadores locais e vindos dos municípios de Marataízes e de Presidente Kennedy. Também estiveram presentes o setor empresarial, com destaque para representantes da Samarco (Rodolfo Samorini), da Usina Paineiras (Antônio Carlos Júnior), do Porto Central, Fábio Cretton.

Público lotou o auditório do Plenário da Câmara Municipal de Anchieta
A reunião foi conduzida pelo deputado Dr. Bruno Resende, que falou sobre a importância de os “dois painéis” serem discutidos com a população, ressaltando o planejamento como estratégia essencial para se alcançar o desenvolvimento.

O prefeito de Anchieta abriu os debates da reunião, dando boa vinda aos presentes
Em seguida, o prefeito anfitrião do evento, Léo Português, destacou o papel do sul capixaba para a logística capixaba, defendendo maior inserção da região. Ele saudou os presentes, deixando uma mensagem de otimismo à todos, clamando pela união regional em torno do projeto, que é visto como a redenção econômica do Sul do Estado.

Toninho Bitencourt, prefeito de Marataízes, festejou as grandes obras e a nova fase de desenvolvimento que se anuncia
O prefeito de Marataízes, Toninho Bitencourt, também se manifestou, pontuando que o norte tem vantagens em relação ao sul, em razão da Sudene, mas disse acreditar no potencial de sua região – “Esse é o momento da Região Sul e quero destacar o apoio oferecido pelo governo Casagrande, que não tem medido esforços para atender à todos os municípios. Esperamos muito por esses grandes projetos para nossa região. Com Ricardo Ferraço dando continuidade desse governo como seu sucessor, o Sul do Estado irá se inserir, sem dúvidas, no crescimento que hoje o Espírito Santo desempenha como referência nacional em modelo administrativo”, enfatizou.
Porto de águas profundas

O engenheiro Fábio Cretton, apresentou o projeto já iniciado do Porto Central
Fábio Cretton apresentou o projeto do Porto Central, que recebe tal nome exatamente por estar no ponto central de toda a costa leste brasileira. Mais do que um grande porto de águas profundas, com calado de 25 metros, o projeto pode abarcar no futuro uma estrutura de energia – considerando o potencial eólico e solar de Presidente Kennedy, município capixaba onde está localizada a obra. Segundo Creton, “englobando essas duas energias”, vai gerar “potencial para produção de hidrogênio verde e amônia verde, o ‘diesel’ dos navios do futuro”.
O empreendimento já conta com licença ambiental prévia para instalação da fase 1, na que deve gerar 1.295 vagas de emprego. A empresa trabalha com a meta de contratar 70% de mão de obra local e priorizar prestadores de serviço da região.
Ferrovia

O vice-governador mostrou total conhecimento do potencial regional, que será evidenciado a partir desses novos projetos
Ao falar sobre a Ferrovia EF-118, o vice-governador Ricardo Ferraço defendeu que o sul capixaba vive um momento diferenciado: o anúncio de leilão da ferrovia pelo governo federal; o novo contrato de concessão da BR-101; a retomada de produção da Samarco; e a potencialidade portuária. “Saem indefinições e chegam investimentos”. afirmou.
Depois de traçar um histórico sobre o andamento e negociações da EF-118, cujo trecho inicialmente foi repassado à responsabilidade da Vale, o vice-governador explicou que a decisão federal estabelece a concessão de toda a extensão (Santa Leopoldina a Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro) da ferrovia. Com o leilão prometido para segundo semestre de 2025, a Vale entrará com um aporte de R$ 3 bilhões, reduzindo a necessidade de investimento inicial dos interessados.
Produção
Ricardo Ferraço disse que uma avançada estrutura ferroviária no Espírito Santo poderá ser mais uma opção para escoar a produção do centro-oeste brasileiro, que hoje já tem canal de distribuição de seus produtos e grãos pelo Porto de Santos (SP). “Passaria a contar com o arco descendo pelos portos do Espírito Santo e alcançando também a infraestrutura portuária do Rio de Janeiro”, explicou.
“Nós passamos a ter aqui, na Região Sul, uma ferrovia conectando com essas duas importantes infraestruturas portuárias. Isso vai dar um salto e um horizonte muito importante”, afirmou.
Questionamentos
Ao final da apresentação, foi aberto espaço para manifestação dos presentes. Moradores demonstraram otimismo com os impactos da ferrovia e do porto privado. Questionado sobre a possibilidade da nova linha férrea ser utilizada para transporte de passageiros, o vice-governador capixaba disse que há previsão para isso.
O empresário Marcos Vivácqua também fez uso da palavra e disse que os investimentos previstos, são uma mescla do público e privado – “A nossa realidade será impactada fortemente. A iniciativa privada, como é o caso do Porto Central, já está aplicando cifras bilionárias no empreendimento. É preciso que, cada vez mais, dentro de suas prerrogativas, o Poder Público também continue desempenhando o papel de facilitador, derrubando barreiras inibidoras para que novos empreendimentos aportem em nossa região”.

Marcos Vivácqua e o ex-prefeito de Rio Novo do Sul, Thiago Fiorio
O ex-prefeito de Rio Novo do Sul, Thiago Fiorio, levantou a questão para que seja dada prioridade, pelos Poderes Públicos, quanto aos incentivos para capacitar a mão de obra local, para que as oportunidades visualizadas nos empreendimentos prometidos sejam ocupadas por pessoas da região.