Após revisão, produção de café no Espírito Santo terá aumento de 15,7%

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Folha Vitória

Com colheita já em andamento, os produtores  de café do Espírito Santo devem colher 15,06 milhões de sacas nesta temporada. Em paralelo, a estimativa para o Brasil é de uma colheita de 58,81 milhões de sacas, marcando o terceiro ano consecutivo de crescimento no volume total colhido. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta semana o 2° Levantamento da Safra de Café de 2024. No Espírito Santo, apesar dos problemas climáticos nas lavouras de conilon, a expectativa é de um crescimento de 15,7% na produção total, impulsionada por vários fatores. Entenda a previsão.

Fatores que contribuem para o crescimento na produção de café

Segundo a Conab, diversos fatores influenciam positivamente o crescimento de 15,7% na produção total de café no Espírito Santo. Entre eles, destacam-se o manejo adequado, a boa floração induzida pelas chuvas acima da média em junho e agosto de 2023, e a bienalidade positiva. Apesar da estiagem e das altas temperaturas registradas no final de 2023, as lavouras de café atingiram níveis de produção similares à safra anterior.

A produção de café conilon está estimada em 10,81 milhões de sacas, um aumento de 6,4% em relação à safra anterior. Para o café arábica, a produção  prevista é de 4,25 milhões de sacas, um aumento de 48,7% em relação ao total colhido na última safra. Somando as duas variedades, o estado será responsável pela produção de 15,06 milhões de sacas de café.

As chuvas desempenharam um papel importante na safra de 2024. No início de 2023, as precipitações foram abaixo do esperado, mas entre maio e agosto, elas ocorreram acima da média, beneficiando as plantas na época da floração. Segundo a Conab, os bons volumes de chuva entre julho e agosto de 2023 permitiram uma florada com bom pegamento.

“Com uma carga de frutos baixa em 2023 e essas chuvas oportunas na pré-floração, as plantas vegetaram em grande quantidade, criando bastante copa e muitas folhas, desenvolvendo boa arquitetura, característica que é muito favorável para uma boa produção de café. Essa precipitação “fora de época” durante o inverno serviu também para abastecer os reservatórios de água do estado, assim como os rios e o lençol freático, como um todo”, disse a companhia em nota.

Esses fatores combinados criaram um cenário favorável para uma safra promissora no Espírito Santo, contribuindo significativamente para o aumento na produção total de café no Brasil.

A partir de setembro, as chuvas se tornaram mais escassas, prejudicando as lavouras na fase de formação dos frutos. A estiagem e as ondas de calor entre outubro e dezembro comprometeram, em algum grau, o potencial produtivo dos grãos, reduzindo a estimativa de produtividade média comparada ao levantamento anterior. No entanto, a previsão ainda é superior à temporada de 2023, graças às chuvas maiores em fevereiro de 2024.

Essas condições adversas resultaram em escaldaduras foliares e nos frutos, além de murchamento das folhas, inclusive em áreas irrigadas. Observou-se também que, em algumas lavouras, o tamanho dos grãos ficou comprometido, exigindo a utilização de peneiras menores na secagem, devido aos grãos miúdos em relação ao padrão usual.

“Isso pode ser reflexo dessa escassez hídrica na formação dos frutos e também do calor excessivo em parte desse período, limitando a granação do produto nessas condições menos favoráveis”.

Atualmente, as lavouras apresentam desenvolvimento vegetativo regular e estão livres de infestações de pragas e doenças de maior relevância. No entanto, houve registros de ataques de cochonilha, além da presença de uma doença não frequente na cafeicultura local, classificada como Cancros dos cafeeiros.

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