A aplicação de crédito rural no Espírito Santo cresceu 30% no decorrer de dez meses do ano-safra, após o lançamento do Plano de Crédito Rural realizado em julho de 2023 pelo Governo do Estado, em parceria com a União e diversas instituições financeiras e representativas dos produtores rurais e pescadores. O comparativo do valor aplicado é referente aos meses de julho de 2023 a abril de 2024, em comparação com o mesmo período do ano-safra anterior. O ano-safra tem início em julho e vai até junho do ano seguinte, período que acompanha o calendário das safras agrícolas no Brasil.
Em dez meses, foram aplicados cerca de R$ 5,9 bilhões de crédito rural no Espírito Santo, frente a um montante de R$ 4,5 bi aplicados de julho de 2022 a abril de 2023. O número de operações realizadas para as diversas atividades agrícolas capixabas também subiu de 27,6 mil para 33,9 mil, aumento de 23,1%. Os dados foram apurados pela Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), a partir de informações do Banco Central.
“Estamos acompanhando uma intensificação das aplicações de crédito rural neste ano-safra 2023/2024, que teve início em julho do ano passado. Esse crescimento registrado no acumulado de dez meses é fruto de um esforço coletivo de diversas instituições que atuam de forma articulada e organizada, com os objetivos de estimular o desenvolvimento agropecuário e fortalecer a economia rural capixaba. O crescimento só não foi maior porque faltaram recursos a taxas equalizadas pelo Governo Federal nos últimos meses”, destacou o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli.
O Plano de Crédito Rural para o Espírito Santo na safra 2023/2024 tem como meta a aplicação de 7,8 bilhões até o final de junho de 2024, um valor recorde nos financiamentos para o setor agrícola capixaba. Os Governos Federal e do Estado contam com a parceria das principais instituições financeiras que aplicam crédito rural no Espírito Santo, como o Banco do Brasil, Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), Caixa Econômica Federal, Sicoob, Banco do Nordeste e Sicredi.
Todo esse desempenho beneficia os produtores capixabas, dado o crescimento das aplicações em direção à meta definida. “Em dez meses, aumentou significativamente o número de contratos, o que representa um sinal claro de que estamos ampliando a abrangência do crédito rural no Espírito Santo, além do acréscimo de 30% no montante aplicado. O crédito rural é um dos principais instrumentos para incentivar os agricultores a modernizar e expandir suas atividades, além de aumentar a produtividade, a produção e a qualidade dos alimentos e matérias-primas, além de garantir maior lucratividade nas explorações agropecuárias”, frisou Bergoli.
Os bancos públicos foram responsáveis por aplicar 55% do valor de crédito rural, o equivalente a R$ 3,2 bilhões, seguido pelo agrupamento das cooperativas de crédito com 36% (R$ 2,1 bilhões), e pelos bancos privados com 9% (R$ 518,7 milhões).
Agricultura familiar
Especificamente para a agricultura familiar, as aplicações no período analisado somaram mais de R$ 1,6 bilhão, valor 33,3% maior que no mesmo período do ano-safra anterior, quando o montante foi de R$ 1,2 bilhão. Em relação aos contratos, foram efetuadas 24,2 mil operações para a agricultura familiar, 26,2% maior ante o mesmo período do ano anterior. “A participação da agricultura familiar no crédito rural em dez meses foi de 30% no valor total aplicado e respondeu por 88% do total operações, o que demonstra o dinamismo das pequenas propriedades rurais capixabas na busca das melhorias de seus sistemas produtivos”, pontua o secretário.
Modalidades de aplicação
O crédito rural é destinado para finalidades específicas: investimento, custeio, comercialização e industrialização. O valor aplicado em custeio teve crescimento de 19,6%, subindo de R$ 2,1 para R$ 2,5 bilhões. O custeio cobre as despesas inerentes a um ciclo de produção, podendo ser utilizado desde o beneficiamento da produção até o armazenamento.
Já no investimento, o crescimento foi de 58%, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,8 bilhão. O investimento é o valor que pode ser utilizado em reformas, construções, obras de irrigação ou na compra de equipamentos para a propriedade rural, entre outros itens.
Na modalidade de comercialização, o crescimento foi de 22%, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,4 bilhão. O crédito comercialização auxilia na venda dos produtos no mercado.
Na modalidade de industrialização, o valor cresceu 5,6%, saindo de R$ 62,7 milhões para R$ 66,2 milhões. O crédito industrialização é voltado para industrialização de produtos agropecuários.
Na proporção do valor aplicado, o custeio representa 43,3%; o investimento, 31,2%; a comercialização, 24,3%; e a industrialização, 1,1%.
As análises comparativas são referentes ao período de julho de 2023 a abril de 2024 ante ao mesmo período de 2022/2023.
As operações voltadas para custeio aumentaram 2%, saindo de 15.750 para 16.059. Já as operações de investimento cresceram 51,2%, saindo de 10.652 para 16.105, e as operações de comercialização aumentaram 22%, saindo de 1.211 para 1.750. No número de operações de industrialização, houve acréscimo de 41,7%, saindo de 12 para 17 operações.