Acusado de atirar garrafa em Milei é condenado a 3 anos e meio de prisão

Por

Folhapress

A sentença ainda inclui uma condenação anterior, por outro crime

A Justiça argentina condenou a três anos e meio de prisão o homem detido em dezembro de 2023 sob acusação de atirar uma garrafa de vidro na direção de Javier Milei no dia da posse presidencial. A sentença inclui uma condenação anterior, por outro crime.

Gastón Ariel Mercanzini, 51, já tinha uma pena a cumprir, de três anos de reclusão, por ter agredido a mãe de seus filhos. A liberdade condicional para este crime foi revogada, e ele permanecerá preso.

Em 10 de dezembro, Milei estava dentro de um carro Mercedes Benz conversível com sua irmã Karina Milei se dirigindo do Congresso até a Casa Rosada. Ele acenava para a população na rua.

O veículo passava pela avenida de Mayo com a Montevideo, quando uma garrafa de vidro passou voando perto da cabeça de Milei e caiu sobre o subcomissário Guillermo Armentano, que pertence à Superintendência de Segurança e Custódia da Polícia Federal Argentina. O objeto atingiu sua orelha.

Mercanzini não foi preso na hora, mas logo em seguida começaram a aparecer imagens do ataque na internet. Seus perfis nas redes sociais continham fotos com líderes kirchneristas.

“Eles são tão estúpidos que tive que fazer outro perfil, não vou para a cadeia e, se for, irei de cabeça erguida, me animei a fazer o que muitos não puderam”, escreveu Mercanzini, quando as imagens já eram públicas e a polícia o procurava. Ele se entregou no dia seguinte.

Em seu perfil do Facebook, ele aparecia em fotos com o rival de Milei nas eleições, Sergio Massa. “Viva a Pátria! Viva Cristina Fernández Kirchner! Que bom para mim, por estar bem e saber aproveitar”, escreveu ele na publicação.
O suspeito foi identificado dois dias depois em uma rua do bairro turístico de San Telmo por agentes da Polícia da Cidade de Buenos Aires.

Aos agentes Mercanzini afirmou que estava desempregado, era usuário de drogas, vivia nas ruas e, no dia do ataque, estava embriagado. Em seu interrogatório, diz que se arrependeu, de acordo com informações do jornal argentino La Nación.

“Quero pedir desculpas ao presidente e à sua irmã. Não quis machucar ninguém, não tive intenção de fazê-lo. Não tenho militância política, as fotos que apareceram na mídia com líderes políticos eu tirei por curiosidade”, declarou.

No julgamento, Mercanzini foi acusado de lesões leves contra Milei e sua irmã Karina, em grau de tentativa, e por lesões consumadas contra o policial. A pena máxima para esse tipo penal é de dois anos de prisão (ele foi condenado a um ano e meio).

A Justiça não levou em consideração o argumento do réu de que tinha problema de dependência química e considerou que ele poderia voltar a cometer um ataque desse tipo, de acordo com o jornal Clarín.

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