Márcia Matias foi presa em Cariacica, no Espírito Santo, por matar uma outra mulher com ferro de passar roupa. — Foto: TV Gazeta
Câmeras de reconhecimento facial identificaram uma mulher de 54 anos, que cometeu um crime há 29 anos. Identificada como sendo Márcia Matias Patrocínio, autora de um assassinato ocorrido em 1996 contra uma cadeirante, com um ferro de passar roupas.
Ela foi presa nesta quarta-feira (13) no Terminal de Campo Grande, em Cariacica, na Grande Vitória, quando agentes de segurança a prenderam, cumprindo um mandado de prisão aberto desde 2018.
Na época, a Justiça capixaba a condenou a cinco anos de prisão. A polícia não divulgou detalhes, como a motivação do assassinato. Na decisão judicial é descrito apenas que foi um crime cruel, mas também relata que Márcia assassinou sob domínio de violenta emoção depois da provocação da vítima.
A mulher presa, quando questionada sobre o motivo do crime, disse que a vítima era mãe de uma menina com quem ela morava na época. A vítima, além de ser cadeirante, tinha as duas pernas amputadas.
Reconhecimento facial
A tecnologia ajudou a polícia a localizar e prender Márcia. Enquanto estava no terminal de ônibus, as câmeras de reconhecimento facial colocadas pelo governo do estado em vários pontos da Região Metropolitana de Vitória, registraram a imagem dela.
As imagens foram enviadas para a central, que analisou os dados. Mesmo passados 29 anos, o sistema conseguiu reconhecer a foragida e enviou um alertou para policiais que estavam mais próximos do terminal.
Os agentes foram até lá, localizaram ela e efetuaram a prisão. Ela foi levada para a delegacia e encaminhada ao sistema prisional capixaba.
O sistema de reconhecimento facial por câmeras já ajudou a polícia a prender mais de 200 pessoas no Espírito Santo, até julho. Implantado em setembro de 2024, os equipamentos estão instalados em ruas, prédios públicos e nos ônibus do Sistema Transcol. Entre os presos, estão 14 foragidos de outros estados.
Como funciona o sistema

Câmeras de reconhecimento facial em ruas, termais de ônibus e prédios públicos no Espírito Santo — Foto: Divulgação/Sesp
As câmeras são programadas para identificar pessoas procuradas pela Justiça. O sistema utiliza inteligência artificial para medir traços do rosto — como distância entre os olhos, nariz e boca — e gerar um código numérico, um algoritmo.
Esse código é comparado com imagens de um banco de dados, que podem ser de Identidade, CNH e até de ficha criminal anterior. Quando há correspondência com alto grau de semelhança, a polícia mais próxima ao local do registro da imagem é acionada para abordar o suspeito.
“Quando o sistema identifica que tem 90% de chance dessa pessoa ser aquela que está sendo procurada, isso gera um alerta, o Ciodes faz a verificação se o mandado está aberto e, caso positivo, envia o alerta para o policial mais próximo da pessoa”, explicou o secretário de Estado da Segurança Pública, Leonardo Damasceno.