Um dos maiores patrimônios vivos de Cachoeiro de Itapemirim está completando 120 anos de história.
E para comemorar a magnitude da data, no próximo dia 9 de março terá a “Canja do Coelho”, o mais novo projeto cultural no recém-inaugurado Palco Mariano Coelho.
A Canja do Coelho irá reunir duas gerações da música cachoeirense, trazendo ao palco Cid Travaglia, músico consagrado, com projetos na área cultural, apresentando o bit eletrônico afro-brasileiro – Napalma – trabalho que já rodou por mais de 30 países e hoje está sediado em Berlim, na Alemanha.
Outra expoente da música, Clara Marins, cantora e compositora da nova safra, nascida no Rio de Janeiro e radicada em Cachoeiro, também mostrará seu novo álbum REDUTO, que trará o single Let The Melody Guide Your Soul – Sua primeira canção autoral, que pode ser conferida no Youtube e Spotify.
O curador da Fábrica de Pios e anfitrião do evento, o músico, produtor e artesão, Fábio Coelho, contemporâneo de Cid e pai de Clara, tocou nos palcos do Rock in Rio 3 e tantos outros com seus mais de 30 anos de carreira, será o suporte harmônico do trio.
Fábio explica que este projeto cultural tem por objetivo contribuir com a cultura local e com o desenvolvimento do Circuito Turístico Vales e Café, no qual este patrimônio histórico está inserido.
Além da música, a Canja do Coelho contará com exposição e comercialização de artesanato e a parceria de empresas do setor da economia criativa como: o BISTRUCK – gastronomia na rua, e a cervejaria artesanal – RESERVA DO GERENTE, que reverterão 20% do valor comercializado em forma de cachê para os artistas.
Serviço:
Local: Fábrica de Pios – Rua Gastão Pimenta Coelho, 51 – Ilha da Luz – Cachoeiro de Itapemirim
Data: Quinta-feira, 9 de março de 2023
Horário: Início às 18h e término às 22h.
Importante: A entrada é por ordem de chegada e será limitada à lotação do espaço.
Sobre a Fábrica de Pios Maurilio Coelho
Única na América Latina especializada na fabricação de pios de aves, a Fábrica de Pios foi fundada em 1903 por Maurílio Coelho, na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo.
Filho de lavradores, nascido na cidade de Muqui, interior do estado, Maurílio deixou o campo para trabalhar no Serviço de Abastecimento de Água e Energia, na Ilha da Luz, em Cachoeiro. Através de contatos anteriores com índios, caçadores e mateiros ficou conhecendo alguns tipos de pios, daí surgiu a idéia de montar um pequeno torno para iniciar seus experimentos (foto 03 – MC e o torno). Seu objetivo era o de substituir os pios já existentes de bambu e taquara, cujo som era pouco eficaz para atrair os pássaros. Realizou exaustivos testes e pesquisas, visitando as matas de diversas regiões do Brasil, para alcançar a fidelidade de som ideal para cada pio. Tal dedicação tornou o seu nome sinônimo de qualidade e perfeição, recebendo por mérito o "Grande Prêmio na Exposição do Centenário da Independência do Brasil" (foto 04 – monumento). O interesse pelo produto foi aumentando e tornou-se necessário ensinar a difícil tarefa aos filhos(foto 05 – 1935). O trabalho continuou sendo feito com o mesmo esmero, artesanalmente, e ainda hoje é arte à prova de testes.
Até a década de 60, os pios eram utilizados somente para a caça, pois até então ainda não se ouvia falar em ecologia. Mas devido a devastação de matas em todo o mundo, o homem começou a pensar na preservação de espécies, antes que as proporções das devastações não se tornassem alarmantes. Hoje já existe uma conscientização das pessoas de que cada um tem sua cota de responsabilidade na preservação do meio ambiente.
Desde 1972, são exportados para diversos países, como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Dinamarca, Coréia, entre outros.
Preservar a memória viva de nossa fauna e continuar mantendo a arte de fabricar pios é o que se pretende. Assim, filhos, netos e bisnetos de Maurílio Coelho, continuam acalentando um sonho há muito iniciado, e ao que tudo indica, vai ser perpetuado por seus descendentes. O sonho de integrar o homem ao meio ambiente, participando ativamente da sua preservação.