Dados do relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – 2020, do Cimi (Conselho Indigenista Missionário) e divulgado nesta quinta-feira (28), mostram que as invasões a terras indígenas aumentaram 137% em dois anos de governo Bolsonaro. Consequentemente, o número de assassinatos de indígenas teve alta de 61% de 2019 a 2020.
Segundo o levantamento, foram 263 casos de “invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio” registrados em 2020. Em 2019, foram contabilizados 256 casos. O acréscimo é de 137% na comparação com 2018, quando foram identificados 111 casos.
Ainda de acordo com o relatório, esse foi o quinto aumento consecutivo registrado nos casos do tipo, que em 2020 atingiram pelo menos 201 terras indígenas, de 145 povos, em 19 estados.
“O 2º ano do governo de Jair Bolsonaro representou, para os povos originários, a continuidade e o aprofundamento de um cenário extremamente preocupante em relação aos seus direitos, territórios e vidas, particularmente afetadas pela pandemia da covid-19 – e pela omissão do governo federal em estabelecer um plano coordenado de proteção às comunidades indígenas”, diz o relatório.
Os conflitos envolvem uma série de violações de direitos e diversas ações truculentas desencadeadas por autoridades executivas, policiais, seguranças particulares e grupos ou indivíduos que cobiçam e desrespeitam os direitos dos povos originários, as terras indígenas e os recursos naturais nelas existentes.