É bastante crítica a situação de dois quiosques na orla da Praia da Cidade Nova, em Marataízes.
Sofrendo há vários dias com o avanço das marés, os imóveis estão seriamente ameaçados de ruírem a qualquer momento. Calçadas que contornam os quiosques já foram levadas pelo mar, assim como boa parte da areia, deixando expostas as estruturas das edificações.
“O fenômeno é cíclico, e já aconteceu em outras ocasiões, mas nunca chegou ao ponto em que se encontra desta vez, principalmente em lugares sem a proteção natural da restinga”, disse o chefe da Defesa Civil Municipal.
Ele disse entender a situação dos proprietários dos estabelecimentos, que precisam trabalhar, mas a situação é grave e está sendo cogitada a interdição dos imóveis – “Entendemos a situação, mas o perigo é eminente. Vamos nos reunir para decidir o procedimento a ser adotado”, prometeu.
O secretário de Meio Ambiente, Antônio Carlos Sader Santana (Tunicão), também comentou sobre a situação – "Estive lá e me assustei com o estrago causado. É o momento para a reflexão, para constatar a importância que representa a restinga para o equilíbrio ambiental. É bom frisar que na Praia da Cidade Nova existem outros quiosques, mas estes, exatamente por preservarem a restinga ao seu redor, não estão sofrendo com a erosão", pontuou.
Para o engenheiro mineiro, Renan Andries (68), que passa férias na cidade há mais de 30 anos, existem outros fatores que precisam ser observados, como impactos causados por obras públicas e particulares – "as intervenções causam efeitos, seja de pequeno, médio ou de grande impacto. Esta avenida, por exemplo, foi feita em área que deveria estar resguardada. Mas aqueles tempos eram outros. Não se havia legislação específica como hoje em dia", enfatizou, completando seu pensamento apontando o espigão que liga a Barra à Ilha de Itaputera, segundo ele, outro equívoco, responsável direto pelo assoreamento da foz do Rio Itapemirim – "São obras que precisam ser corrigidas em um futuro próximo".
As ressacas na Praia da Cidade Nova começaram no último dia 1º de agosto, quando banhistas registraram as primeiras imagens da erosão logo no início daquela manhã.
Como forma de tentar conter a erosão e proteger os quiosques, a Secretaria de Obras chegou a colocar pedras sob as estruturas e ao redor em forma de cinturão, mas não surtiu o esperado efeito.
De acordo com moradores da região, a maré tem subido bastante durante as madrugadas, ampliando a área atingida e avançando cada dia mais contra as estruturas dos imóveis.