De pênalti, Pedro abre o placar para o Brasil contra a seleção de Cabo Verde — Foto: CBF
O técnico da seleção olímpica André Jardine, o coordenador de base da CBF, Branco, decidiram ignorar a manifestação do Flamengo para não convocar Pedro. O clube da Gávea reagiu. E o atacante, que vibrou com a chamada, se vê em meio ao litígio do empregador e da CBF.
O vice de futebol, Marcos Braz, disse ao ge que o jogador foi avisado anteriormente da negativa em caso de convocação na lista de Jardine. Ele trata como "pouco provável" qualquer mudança. Isto porque ainda há alguns dias até Jardine entregar a lista definitiva. Ela sairá para o Comitê Olímpico Internacional no dia 30 de junho – no dia anterior à apresentação da seleção olímpica em São Paulo.
– Só (muda algo) se convencerem o Landim (presidente do Flamengo), que é quem manda. É pouco provável – disse Braz, sem se estressar com a convocação.
– Não vejo problema da CBF convocá-lo. Está no papel dela. Mas o nosso papel é de não liberar – reafirmou Braz, lembrando que o caso de Gerson é diferente:
– Disso já tinha sido tratado com o jogador, com o clube francês. Dia 24 (de junho, após último jogo pelo Flamengo) acabou o milho, acabou a pipoca. Não quero nem saber.
O regulamento do torneio masculino de futebol, disponível no site da Fifa, prevê a entrega da lista de 18 jogadores no dia 30 de junho, além de mais quatro suplentes. Eles ficam ali para caso de lesões graves comprovadas – exemplo do que ocorreu com Fernando Prass em 2016. Ele terminou substituído por Weverton, então goleiro do Athletico.
Para a posição de Pedro, se nada mudar na relação de Flamengo e CBF, Jardine listou dois centroavantes: Evanilson, ex-Fluminense, hoje no Porto, e Yuri Alberto, do Internacional. A dupla já foi convocada por André Jardine anteriormente.
Marcelo, do Real Madrid, na lista larga
Marcelo com a bola em treino da Seleção: jogador integrou lista larga de André Jardine — Foto: Pedro Martins / MoWA Press
A Fifa e o Comitê Olímpico Internacional concedem prazos para listas que vão encurtando quanto mais próximo estivesse dos jogos de Tóquio. Dois meses antes, a CBF enviou mais de 100 nomes, para serem catalogados. Nessa relação estava Daniel Alves, convocado entre os 18, e um antigo conhecido da Seleção: o lateral-esquerdo Marcelo, do Real Madrid.
Fora das listas da seleção de Tite desde o fim da Copa do Mundo, o jogador do Real Madrid – que terminou vetando Rodrygo, nome certo na seleção olímpica de Jardine – era uma das alternativas para o tal papel de jogador vencedor e experiente que Jardine encontrou em Daniel Alves. Mas nenhum dos dois estava entre os 50 pré-selecionados pela comissão técnica de Jardine.
Os últimos dias para fechar a relação foram de muitas ligações e contatos. Sem a intermediação de Rogério Caboclo, afastado por 30 dias pela Comissão de Ética da CBF, o coordenador da base Branco, com a ajuda de Juninho Paulista em alguns casos, fez contatos para liberar atletas. O ex-lateral tentou ajuda de Deco, hoje empresário de jogadores, para tentar a liberação de Emerson, recém anunciado pelo Barcelona. Mas até a presença do jovem lateral na Copa América dificultava a questão.
Ainda há receio na seleção olímpica de novos problemas de liberações. A situação do atacante Malcom, do Zenit, por exemplo, é de atenção, pois o clube russo tem jogos importantes logo no início da temporada. Até mesmo clubes que, normalmente, não apresentam problemas, como o Shakhtar
Veja a lista completa:
GOLEIROS
- Santos (Athletico-PR)
- Brenno (Grêmio)
LATERAIS
- Daniel Alves (São Paulo)
- Gabriel Menino (Palmeiras)
- Guilherme Arana (Atlético-MG)
ZAGUEIROS
- Gabriel Magalhães (Arsenal)
- Nino (Fluminense)
- Diego Carlos (Sevilla)
MEIAS
- Douglas Luiz (Aston Villa)
- Bruno Guimarães (Lyon)
- Gerson (Flamengo)
- Claudinho (Red Bull Bragantino)
- Matheus Henrique (Grêmio)
ATACANTES
- Matheus Cunha (Hertha Berlim)
- Malcom (Zenit)
- Antony (Ajax)
- Paulinho (Bayer Leverkusen)
- Pedro (Flamengo)