Impacto humano nos oceanos duplicará até 2050, alertam cientistas

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Revista Galileu

Impacto humano no oceano duplicará até 2050, alertam cientistas — Foto: Naja Bertolt Jensen/Unsplash

As pressões das atividades humanas em conjunto com as mudanças climáticas estão destruindo os oceanos. Na última quinta-feira (4), um estudo publicado na revista Science mostrou que o uso de recursos oceânicos para alimentação, atividade pesqueira, bem-estar e turismo podem duplicar os impactos cumulativos no ecossistema marinho até 2050.

A pesquisa foi realizada na Universidade da Califórnia em Santa Barbara, nos Estados Unidos, em conjunto com a Universidade Nelson Mandela, na África do Sul. “Nosso impacto cumulativo nos oceanos, que já é substancial, vai dobrar até 2050 — em apenas 25 anos”, afirma o ecologista marinho e líder do estudo, Ben Halpern, em comunicado.

A pesquisa buscou prever o estado dos ambientes marinhos no futuro. Foram mapeados, com uma resolução de 10 km, os impactos cumulativos futuros de dez pressões climáticas, terrestres, pesqueiras, entre outras, em vinte habitats marinhos sob dois cenários climáticos diferentes em meados do século 21.

“É preocupante. E é inesperado, não porque os impactos aumentarão — isso não é surpreendente — mas porque aumentarão muito, muito rápido”, destaca Halpern.

As principais conclusões da nova pesquisa

A equipe acredita que o aquecimento do oceano e a perda da fauna marinha devido à pesca são os maiores fatores cumulativos de impacto no futuro. No entanto, os trópicos já sofrem impactos crescentes e os polos estão sendo significativamente prejudicados — com a tendência de piora nos próximos anos.

Segundo a pesquisa, os prejuízos futuros podem ultrapassar a capacidade dos ecossistemas de lidar com as mudanças ambientais. Com isso, torna-se mais difícil para as instituições estabelecerem formas de reverter os impactos no oceano.

Outra questão preocupante é como as áreas costeiras vão suportar os impactos cumulativos da degradação ambiental. De acordo com o estudo, as regiões costeiras “são onde as pessoas extraem mais valor do oceano”. Essas áreas são responsáveis por gerar alimentos e subsistência para populações ribeirinhas, por exemplo.

Em 2008, um estudo anterior mapeou 17 conjuntos de dados globais sobre a extensão do impacto humano em 20 ecossistemas marinhos. A análise revelou que cerca de 41% dos ecossistemas marinhos mundiais foram prejudicados pelos humanos. “O artigo anterior nos diz onde estamos; o artigo atual nos diz para onde estamos indo”, avalia Halpern.

Medidas de combate

Para a equipe, é necessário que ações políticas sejam implementadas para frear o avanço das mudanças climáticas, inclusive com a prática de uma gestão pesqueira — no intuito de gerenciar a atividade de forma eficaz, diminuindo os impactos humanos sob o ecossistema marinho.

Além disso, priorizar métodos de conservação dos habitats naturais, como pântanos e manguezais, pode contribuir para reduzir as pressões humanas sobre essas regiões.

Com as previsões e as análises do estudo, a equipe espera que medidas eficazes sejam tomadas no intuito de reduzir impactos ambientais a longo prazo. “Ser capaz de prever o futuro é uma ferramenta de planejamento extremamente poderosa. Ainda podemos mudar esse futuro; este artigo é um alerta, não uma receita”, ressalta Halpern.

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