Município enfrenta retração de receitas principalmente com queda nos valores de royalties e ICMS, mas aposta em planejamento e retomada econômica para reverter cenário
O movimento de reivindicação dos servidores públicos da Prefeitura e da Câmara de Vereadores de Anchieta, que tomou as ruas da cidade na manhã da última quarta-feira, 21, agitou os meios políticos locais e levou a atual gestão a emitir uma nota explicando o atual momento.
De acordo com os servidores, a categoria amarga com cerca de 33% de perdas salariais acumuladas desde o acidente que suspendeu o funcionamento da Samarco, em 2015, impactando de forma brutal a economia da região.

Servidores da prefeitura e da Câmara de vereadores fizeram uma manifestação pelas ruas da cidade no último dia 21 de maio
Ainda segundo os argumentos dos servidores, era esperado uma reunião com a Prefeitura para o último mês de fevereiro, que é mês que marca a data-base da categoria, mas a reunião foi cancelada e transferida para o mês de abril. Na ocasião, foram informados que a Prefeitura não teria condições de conceder as reposições naquele momento, justificando que havia limitações orçamentárias e devido a tramitação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025.
Na nota divulgada pela Prefeitura, o município de Anchieta vem enfrentando uma queda significativa na arrecadação neste primeiro quadrimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior (2024).
Desafios fiscais.
Conforme explicou o secretário Municipal de Fazenda, Sandro Alpohim, a queda na arrecadação chegou a quantia de R$ 20 milhões, apontando como a principal causa a redução nos repasses de royalties do petróleo e gás, reflexo da queda no preço internacional do barril e interrupções na produção offshore.
Além disso, a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também apresentou sinais de estagnação e as projeções para 2025 indicam uma desaceleração, exigindo ajustes no planejamento orçamentário.
Prefeito garante empenho mas pede cautela

Sensível à situação, prefeito Léo Português disse que sua equipe está empenhada em solucionar o quanto antes o problema dos servidores
Por conta do cenário desafiador o município ainda não se manifestou sobre índice de reajuste salarial para servidor, porém, o prefeito Léo Português comentou sobre o imbróglio, garantindo que, no momento certo, o impasse será solucionado – “Estamos atuando com muita cautela para não dar o passo maior que a perna. Entendemos a necessidade de reajustar os salários de nossos servidores e vamos fazer no momento certo para não comprometer os serviços essenciais”, afirmou o prefeito.
Mesmo reconhecendo as dificuldades impostas pela queda de arrecadação, o prefeito mantém uma perspectiva otimista – “Estamos enfrentando um momento de cautela, mas com planejamento e responsabilidade vamos superar os desafios. Acreditamos na retomada econômica e continuaremos investindo no que é essencial para nossa população”.
A expectativa é que, com a retomada gradual da produção de petróleo e a estabilização dos preços internacionais, os repasses de royalties voltem a crescer nos próximos meses. Além disso, a ampliação de atividades industriais, como a da Samarco, pode contribuir para o aumento da arrecadação de tributos como o ISS, fortalecendo as finanças municipais.