Painel no Folha Business: evento apresentou expectativas para o cenário econômico do Estado em 2025
O Espírito Santo está no topo do comércio internacional do país e os números mostram isso. Só em 2024 foram importadas pelo Estado 400 aeronaves, com valor de US$ 1,3 bilhão, o equivalente a R$ 7,1 bilhões. E não é um número isolado. Mais de 30 milhões de garrafas de vinho até agora e mais de 159 mil veículos chegaram ao Brasil pelos portos do Espírito Santo.
Os números atualizados foram divulgados pelo presidente do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), Sidemar Acosta. Ele foi um dos participantes do Encontro Folha Business, evento promovido pela Rede Vitória e pela Apex que reuniu lideranças empresariais para discutir os principais temas macroeconômicos que pautaram 2024, além das tendências para o próximo ano.
“O Espírito Santo vem se preparando para se tornar um grande hub na costa brasileira. Nós somos privilegiados por algumas ações e o governo do Estado com um ambiente muito bom de negócio, já criou toda uma intenção em infraestrutura para garantir o futuro. Nós, hoje, somos líder em importação de aeronave executiva. Nós somos o terceiro Estado em importação de vinho. Devemos encerrar 2024 com a importação de mais de 159 mil veículos entre eletrificados e a combustão. Fora isso, a gente ainda é líder em máquinas e equipamentos”, disse.
O presidente do Sindiex ainda apontou boas perspectivas de futuro. “Para 2025, mesmo numa condição de um dólar ainda mais pressionado, devemos continuar com essa liderança. Eu vejo com ótima oportunidade o que o Estado está fazendo e fortalecendo o comércio nacional de um modo geral.”
Quem também tem números positivos e aposta em crescimento é o CEO da VPorts, Gustavo Serrão. Ele destacou o aumento de produtividade do porto e a preparação para crescer ainda mais nos próximos anos.
“A gente projeta crescimento no balanço de desafios e oportunidades, acho que o efeito câmbio é relevante, mas na importação de carros, por exemplo, que é uma parte importante da nossa matriz de carga, a gente vê uma sinalização forte de crescimento, principalmente no primeiro semestre. Talvez tenhamos até um novo recorde de importação. De forma geral, temos que estar naturalmente muito próximos aos setores para reagir a qualquer tipo de modificação”, avaliou Serrão.
“A gente vê 2025 com bons olhos, lembrando que a gente vem registrando movimentação recorde e, com isso, construímos também capacidade para atender a demandas de crescimento de até 80% nos próximos cinco anos. Em setembro, nós terminamos reformas e já em outubro tivemos a entrega de uma produtividade 30% maior. A gente vê de forma positiva esse cenário de demanda para o nosso Estado e vemos um Porto de Vitória preparado para capturar todas as oportunidades”, acrescentou.
Quem também chamou a atenção para as oportunidades foi o gerente geral da Portocel, Alexandre Billot Mori. Ele destacou a criação do ParklogBR/ES, um projeto estruturante que pretende incrementar a infraestrutura logística no Norte do Estado.
“O Parklog tem potencial para ser a solução de um novo posicionamento logístico do Espírito Santo. O Estado que em um raio de 1.200km atinge 71% do PIB brasileiro. É um projeto que conecta porto, rodovia, ferrovia localizado no Norte de capixaba e tem tudo para dar o salto de posicionamento que o nosso Espírito Santo está buscando tendo em vista todas as dificuldades que tem para o futuro. É pautado nesse cenário de otimismo que nós lá na Portocel estamos vivenciando e planejando um futuro promissor”, avaliou.
Cenário político e econômico
Em um cenário de juros altos e má recepção do novo pacote de corte de gastos do governo federal, o ambiente do Espírito Santo deve permanecer favorável ao empresariado. Essa é a avaliação do presidente da Apex, Fernando Cinelli.
Para ele, o Estado tem uma base econômica estável, o que favorece a segurança de investimentos mesmo com cenário nacional adverso.
“Eu acho que 2025 vai ser um ano bom para o Espírito Santo, que tende a continuar essa trajetória de crescer o dobro da média nacional, que é o que a gente vem performando nos últimos anos. Mas o cenário macro para o Brasil é preocupante. O governo, na última semana, de forma atrapalhada, fez um anúncio que, por princípio, faz sentido, mas pela forma como foi colocado, não conseguiu nada do que eram os objetivos. Não conseguiu pautar, de fato, a discussão mais objetiva sobre o aumento da isenção de Imposto de Renda e ainda conseguiu gerar uma insegurança na ancoragem das expectativas em relação aos gastos públicos, o que pressiona a inflação, corrói o poder de compra dos mais pobres e pressiona com isso o câmbio, principalmente”, analisou Cinelli.
Ele ainda destacou a capacidade do Estado de aproveitar as vocações naturais e segurança jurídica.
“O Espírito Santo, dentro desse cenário, deve ser uma ilha de prosperidade no Brasil, porque a gente está fazendo o dever de casa. Tem responsabilidade fiscal, tem investimento público contratado, tem investimento privado contratado. Eu acho que a conjuntura de 2025 tem no Estado fazendo o dever de casa, responsável fiscalmente, trabalhando forte no social, crescendo, e o Brasil com essa incerteza”.
O diretor-executivo da Rede Vitória, Felipe Caroni, destacou o papel da comunicação na construção de um ambiente de negócios favorável e na construção do debate sobre alternativas econômicas para o desenvolvimento. Assim que encontros como o Folha Business podem fazer a diferença para todo o setor produtivo.
“Quando a gente olha para a comunicação, olhando um pouquinho mais internamente para a Rede Vitória, a gente vai continuar avançando em projetos que envolvam conteúdo, informação multiplataforma e também eventos presenciais onde a gente permite essa troca, essas conexões que têm dado bons resultados. O cenário macro no Brasil e no mundo exige responsabilidade redobrada. A gente tem essas incertezas, mas o Brasil cresceu ano passado, cresceu este ano. Otimistas como somos, perseguiremos esses bons indicadores com muita responsabilidade, mas o ano que vem também será o ano de crescimento para a Rede Vitória, para a comunicação. Todo mundo precisa se comunicar. Toda empresa, negócio precisa se comunicar com os stakeholders delas, então a gente acredita nisso, no nosso potencial, vamos continuar avançando em 2025.”
Caroni também aposta na continuidade dos encontros Folha Business que aconteceram ao longo de 2025.
“Eventos assim mostram justamente esse momento não só da economia geral do Brasil, mas do posicionamento do Espírito Santo. É uma demanda da sociedade por conversar sobre negócios, mercados, setores, política, economia. Foram 11 eventos e todos eles lotados com um público muito qualificado”, apontou o diretor.