Em uma completa falta de sensibilidade para a grande maioria do povo deste país, os deputados federais votaram e aprovaram ontem o PL que garante a compra de vacinas contra a Covid-19 pelo setor privado, sobressaindo sobre o SUS.
Houve uma modificação no projeto original, onde foi incluído o dispositivo que os empresários que forem adquirir os imunizantes ficam na obrigação de fazer doação de igual número para o Sistema Único de Saúde, porém, não há nenhuma garantia que isto irá ocorrer.
Autorização
Além de poder comprar vacinas contra a Covid-19 que tenham registro sanitário definitivo concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as empresas e associações poderão adquirir aquelas com autorização temporária para uso emergencial ou autorização excepcional e temporária para importação e distribuição.
Bancada
Dos dez deputados da bancada capixaba, apenas dois votaram contra o projeto – Ted Conti (PSB) e Helder Salomão (PT) – por entenderem que a lei aprovada privilegia apenas os mais ricos, deixando a população mais pobre desamparada – "Coloque um abastardo e um cidadão comum para adquirir vacina. Qual deles vocês acham que irá conseguir primeiro?", indagou Ted Conti.
Helder Salomão se disse "incrédulo" com a voracidade dos deputados em garantir estes privilégios – "Nosso país, que voltou ao mapa da fome, aumentou as desigualdades como jamais vimos na história, mostra mais uma vez que é o paraíso dos privilégios à uma casta dominante. Lamentável esse posicionamento que exclui a grande maioria dos brasileiros", argumentou.
Tanto Ted Conti quanto Helder Salomão reforçaram que o correto era que a Casa brigasse para que o Governo Federal adquirisse vacinas para toda população, em detrimento de apenas alguns.
Votaram a favor do projeto os deputados Amaro Neto (PRB), Da Vitória (PPS), Soraya Mannato (PSL), Evair de Melo (PP), Felipe Rigoni (PSB), Lauriette (PR), Norma Ayub (DEM) e Neucimar Fraga (PSD).