Desarranjo na candidatura de Diego colocou Ferraço diretamente na disputa pela Prefeitura de Cachoeiro
Horas depois do anúncio da escolha de Diego Libardi (Republicanos) para ser o candidato do grupo formado pelos deputados Allan Ferreira (Podemos) e Bruno Resende (União), o que era só comemoração passou a ser um grande problema interno.
É que o presidente Estadual do Podemos, o deputado federal Gilson Daniel, declarou que não autorizava a composição, já que seu partido faz parte da base do governo Casagrande e, diante disso, não estariam dispostos a formar fileiras tendo como cabeça-de-chapa o nome de um opositor, no caso, Diego Libardi, ex-secretário de Cidadania de Vitória.
O presidente Estadual do Podemos, Gilson Daniel, vetou o apoio do partido à Diego Libardi
Desde que alguns nomes foram colocados na disputa, pesquisas de opinião apontavam o nome de Allan Ferreira como o melhor avaliado pelo eleitorado cachoeirense, mas ele preferiu abrir mão da candidatura para apoiar Libardi.
Depois das declarações de Gilson Daniel, contrárias a participação do Podemos no apoio à Libardi, o deputado Allan Ferreira ainda não se manifestou sobre o posicionamento do presidente do partido.
Brecha
Apesar de Diego ter declarado que buscaria apoio de outras lideranças políticas de Cachoeiro, citando nominalmente a tentativa de reaproximação com o deputado Theodorico de Assis Ferraço (PP), o imbróglio envolvendo a discordância de Gilson Daniel com a composição bancada por Allan Ferreira, a história parece tomar um novo rumo.
Ferraço viu a oportunidade aberta e avalia que diante do quadro que se instalou, aumenta a possibilidade de apostar em sua própria candidatura para voltar a comandar o Executivo Cachoeirense pela quinta vez, ou até mesmo lançar o nome de sua esposa, a ex-deputada federal Norma Ayub (PP) na disputa.
Como Allan e Dr. Bruno, que também fazem parte da base de apoio do governador Casagrande e este já havia deixado claro que não apoiaria o nome de Libardi, era quase certo de que esta composição não se daria, porém não foi o que aconteceu.
O racha mudou radicalmente as estratégias para o cenário eleitoral de Cachoeiro. Agora, com o desgaste dos dois deputados perante ao governador, Ferraço pode ser a bola da vez, inclusive fazendo uma composição com a secretária Municipal de Obras, Lorena Vasques (PSB), lançada pelo prefeito Victor Coelho (PSB).
As conversas para esta aproximação certamente já começaram a ser tratadas nos bastidores e passa por várias questões, como por exemplo, a sucessão no Governo Estadual lá em 2026, quando o vice-governador, Ricardo Ferraço, filho de Ferração, tentará chegar ao cargo máximo na política capixaba, enquanto Casagrande tentará uma das duas vagas para o Senado.
Com o enorme capital político de Ferraço ‘Pai’, e levando em consideração de que Cachoeiro é o maior colégio eleitoral do Estado fora da Região Metropolitana, há grandes possibilidades de que um acordo seja o caminho mais viável para as pretensões de ambas as partes.