Quase dois meses após a morte da Clarinha, a “paciente misteriosa”, um resultado de exame de DNA ainda é aguardado para descobrir algum parentesco de uma família com ela.
A informação foi repassada pela Polícia Científica (PCIES), órgão ligado à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). A polícia tem previsão de que, possivelmente ainda nesta semana, seja realizada a liberação do corpo da paciente.
Clarinha deverá ser liberada para a família, caso o resultado do exame seja positivo, ou para o Coronel Jorge Potratz, que acabou se tornando “responsável” pela paciente ao longo dos anos.
Ela foi apelidada desta forma por conta da cor de pele muito clara. Clarinha foi atropelada em Vitória, na capital do Espírito Santo, no dia 12 de junho de 2000. No dia do acidente, ela não possuia nenhum documento de identificação.
Desde a época, ficou 24 anos internada em coma no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo (HPM-ES) em Bento Ferreira, e o coronel Jorge Potratz acabou se tornando o “responsável por Clarinha”.
Entretanto, ap´´os a morte de Clarinha, registrada no dia 14 de março de 2024, algumas pessoas procuraram o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e a Polícia Civil informando a possibilidade de parentesco.
Materiais genéticos foram coletados
Com a procura de algumas famílias, o MPES orientou para elas enviarem à Polícia Civil, por meio de um número de Whatsapp fornecido, a documentação do parente desaparecido. Com isso, é requerido o respectivo prontuário civil, que pode ser deste Estado ou de outro, a fim de comparar com as impressões digitais da Clarinha.
Com relação às pessoas desparecidas que não possuíam prontuário civil, a PCES realizou coleta de material genético para análise.
Após coletas, uma família foi encaminhada para a realização de teste de DNA com a Clarinha, com o intuito de confirmar parentesco com a paciente misteriosa.
Suspeita de sequestro
Uma das hipóteses levantadas sobre a verdadeira identidade de Clarinha é de que a paciente seria uma bebê sequestrada no ano de 1976 no município de Guarapari.
Em meados de 2020, uma equipe composta por um perito e três papiloscopistas da Força Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, que atuou no Espírito Santo, tomou conhecimento do caso. Após exames faciais, concluiu que Clarinha tinha compatibilidade com a menina.
Apesar da suspeita, um exame de DNA descartou a possibilidade de Clarinha ser a menina desaparecida há quase 50 anos.
A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais, após um confronto de dados genéticos, entre a paciente internada em Vitória e a família da criança.
Em 2016, mais de 20 pessoas realizaram exame de DNA para verificar se possuíam algum parentesco com a mulher.