Usando seu tempo de fala durante a sessão plenária da última terça-feira (2), o deputado Allan Ferreira (Podemos) foi bastante enfático ao destacar a importância do 2 de abril, Dia Mundial de Conscientização do Autismo, uma das bandeiras de seu mandato.
Ao falar especificamente sobre a data, o deputado disse que a atenção para as demandas das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) não pode ficar limitada apenas ao Abril Azul – “É muito importante termos uma data para marcar a luta vivida pelas pessoas acometidas pelo TEA, mas não pode se resumir a isto e apenas nesta data. A sociedade precisa se conscientizar sobre a necessidade da inclusão social e atendimento à saúde integral dos autistas durante todos os dias do ano. É uma luta constante”, ponderou o parlamentar.
Em sua defesa da causa, Allan alertou que a luta por melhorias no setor deve ser todos os dias e cobrou do poder público políticas para assistência multidisciplinar não apenas às pessoas com TEA, mas também quem apresenta Transtorno Opositor Desafiador (TOD), dislexia e outros problemas cognitivos.
Ele citou que as pessoas que apresentam o transtorno dificilmente encontram na rede pública de saúde fonoaudiólogos, fisioterapeutas e outros especialistas necessários para uma abordagem multidisciplinar neste tipo de assistência.
Diante da lacuna governamental quem os socorre são especialistas contratados por entidades, entre elas a Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes), Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) e Sociedade Pestalozzi. “Como é difícil receber laudo de mãe com filho de 5 anos que até hoje não consegue falar por falta de ajuda de fonoaudiólogo”, ilustrou.
Impacto emocional
Allan acrescentou que a situação é mais complexa porque os pais ou responsáveis por cuidar de autistas também precisam de atendimento especializado em saúde mental devido ao impacto no estado emocional.
O deputado Coronel Weliton (PRD) também usou a fala para defender mais apoio da sociedade à causa dos autistas ao destacar a importância do Abril Azul.
O parlamentar também frisou que a conscientização sobre as barreiras sociais enfrentadas pelas pessoas com TEA não deve ser provocada apenas em mês específico, mas durante todo o ano.
“Precisamos aumentar a compreensão e o respeito às pessoas com esse transtorno”, refletiu, cobrando mais ações governamentais para o atendimento multidisciplinar e inclusão social de quem apresenta TEA.