O déficit de investimento em infraestrutura de telecomunicações e transformação digital ainda é uma realidade no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2020, quase 20 milhões de brasileiros residiam em áreas onde não foram encontrados indícios de conectividade. Essa carência na conexão compromete diretamente o acesso à educação, à saúde, ao mercado de trabalho, aos portais digitais do governo e a outros serviços essenciais para os negócios e para os cidadãos.
Por isso, na busca por promover soluções estratégicas para o investimento em infraestrutura de conectividade e a transformação digital no Espírito Santo, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), está fazendo uma pesquisa com as micro, pequenas e médias empresas (MPEs) em todo o Estado. A aplicação dos questionários está sob responsabilidade da Pezco Economics, consultoria especializada em estudos de infraestrutura.
Por meio de uma entrevista por telefone com as MPEs ou via formulário virtual para os provedores de pequeno porte (PPP) de internet e municípios, a pesquisa pretende levantar informações sobre a demanda por crédito para conectividade em todas as regiões do Estado. Reconhecendo as dificuldades que o setor privado enfrenta para investir no segmento devido ao alto custo de implantação e manutenção, a consulta busca dialogar com empresas e gestores públicos do Espírito Santo.
Entre as empresas, o foco será nos provedores regionais de internet e nas MPEs que busquem projetos de transformação digital de seus negócios. Já para entender as demandas do setor público, serão entrevistados representantes municipais que busquem financiamento para projetos como wi-fi público, plataformas de serviços governamentais e ferramentas que possibilitem o acesso a oportunidades para os cidadãos, tal qual o gerenciamento de filas de serviços de saúde e empregos.
É importante ressaltar que o questionário aplicado pela Pezco não solicita aos empresários e gestores informações sigilosas como CPF, RG, endereço ou dados bancários, em cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Desse modo, é possível se tranquilizar acerca da veracidade da pesquisa.