Foram encontrados durante uma escavação centenas de restos mortais de animais num local ao longo da costa egípcia do Mar Vermelho, no que se pensa tratar-se do cemitério de animais mais antigo do mundo. No cemitério com quase 2.000 anos de idade, situado no porto de Berenice, no sul do Egito, foram encontrados os restos mortais completos de mais de 500 gatos, quase três dúzias de cães, 15 macacos, uma raposa e um falcão, revelou a Live Science.
Nenhum dos animais estava mumificado e não havia vestígios de morte deliberada – comum no antigo Egito como um sacrifício aos deuses. Muitos tinham chegado à velhice, tinham malformações ou doenças que não os tornavam úteis e que exigiam cuidados humanos. Alguns foram, inclusivamente, enterrados com coleiras "preciosas e exclusivas" feitas de ferro ou com colares de contas.
O conceito de 'animal de estimação' não era conhecido na antiguidade, mas a "conclusão fundamental é que era visível o desejo de os seres humanos estarem na companhia de animais", escreveu a líder da investigação e zooarqueóloga Marta Osypińska, da Academia de Ciências Polacas, em janeiro deste ano, quando o estudo foi publicado pela primeira vez e citada pelo New York Post.
O cemitério foi encontrado por acidente em 2011 e Marta envolveu-se no projeto quando começaram a encontrar as sepulturas dos animais. A investigação foi terminada no final do ano passado.
"Uma característica clara" do cemitério "era a colocação intencional de um animal numa posição semelhante a como se estivesse dormindo", acrescentou ainda. “Tanto a preparação cuidadosa dos enterros, os restos da sua comida e as provas incontestáveis do cuidado humano levam-nos à conclusão de que cães, gatos e macacos desfrutavam de relacionamentos emocionais próximos e de cuidados deliberados”, destacou ainda.
Alguns dos animais estavam embrulhados em mantas ou cobertores, outros foram encontrados em caixões improvisados e alguns tinham consigo vasilhas ou pratos.