O vereador Marcelinho Fávero (PL), corregedor da Câmara, deu início ao processo com a eleição da Comissão Processante que analisará o caso que pode resultar na cassação do correligionário Léo Camargo
A Corregedoria da Câmara de Cachoeiro, que tem à frente o corregedor Marcelinho Fávero (PL), deu início à instalação de processo disciplinar para apurar denúncia do vereador Alexandre de Itaoca (PSB) em relação a fala do vereador Léo Camargo (PL) em um podcast regional. Camargo teria afirmado que seus colegas aprovaram projeto da prefeitura que criou 97 cargos na estrutura do município porque esses cargos seriam dados aos vereadores como compra de votos.
Na sessão de 14 de março, Itaoca disse estar indignado com a acusação, e afirmou que seu voto no projeto foi motivado pelo entendimento de que os cargos eram realmente necessários para o bom funcionamento do Executivo. “Estou no meu terceiro mandato, e não admito nunca dizerem que fui comprado por cargo”, disse o vereador, pedindo a apuração dos fatos.
Na sessão do último dia 4 de abril, o vereador Marcelinho, corregedor da Câmara, fez a leitura do relatório de abertura do processo disciplinar para realizar a investigação solicitada por Itaoca. No texto, a Corregedoria afirma que é preciso verificar se a fala de Camargo configura abuso de suas prerrogativas e ofensa ao Código de Ética parlamentar.
“Situações que ferem a dignidade da Câmara e dos vereadores precisam ser apuradas, relatadas e coibidas. A Câmara Municipal é a Casa do Povo e não pode ser palco para destruição da honra dos parlamentares que nela atuam. O respeito às normas internas, e a todas as normas externas a que esta Casa é submetida, deve ser observado em qualquer situação”, diz o documento, salientando que a acusação de Camargo foi amplamente divulgada e repercutida nas redes sociais, gerando imagem negativa e agressões verbalizadas contra os vereadores.
Situação do vereador Léo Camargo se complica e pode lhe custar o mandato.
Em vídeo postado nas redes sociais, o vereador Léo Camargo reiterou que a indicação de cargos existe, e embora não seja ilegal, considera a prática imoral. Disse, ainda acreditar estar sendo vítima de perseguição política.
Ao final da sessão, a Câmara realizou votação para formar a comissão disciplinar que vai comandar a investigação. Os vereadores Paulo Grola (PSB), Rodrigo Sandi (PODE) e Ely Escarpini (PV) foram escolhidos por seus pares, e em breve irão anunciar o cronograma de trabalho, bem como quem ocupará a presidência e a relatoria da comissão.