Em matéria exibida nesta semana, o portal Tribunaonline trouxe a denúncia da prática das famosas “rachadinhas” feita por uma mulher, que afirma ter participado do esquema no gabinete do então deputado federal Carlos Manato (PL), entre os anos de 2016 e 2017.

Exonerada há cinco anos de um cargo em que ela disse nunca ter ocupado, a dona de casa Izabella Renata Andrade da Costa, de 28 anos, falou pela primeira vez sobre o caso.

Ela também acusa o ex-deputado, hoje candidato ao comando do Governo do Estado, de ser um dos líderes da greve da Polícia Militar capixaba, em 2017.

Ela também responde na Justiça por participação na mesma greve. Izabella, na época, era mulher do ex-soldado da PM Walter Matias Lopes, que hoje atua diretamente na campanha de Manato.

Na época da greve da PM, Manato chegou a dizer que não deu nenhum incentivo ao motim, e que Izabella, acusada pela Polícia Federal por incitar policiais e familiares a aderirem ao movimento, trabalhava cuidando de suas redes sociais, mas que seria exonerada de suas funções. Izabella, no entanto, disse que nunca trabalhou em nenhuma função para o então deputado – “Nunca trabalhei um dia sequer. Era funcionária fantasma. Eu fui lotada no gabinete do Manato, mas de fato nunca trabalhei, nem sei onde fica o escritório, nem o endereço. Nunca exerci nenhuma função, nem presencial e nem remota, absolutamente nada”, afirma Izabella.

Ela explicou que seu ex-marido, o ex-soldado Matias, que é ligado até hoje ao Manato, pegou seus documentos e entregou ao pessoal do gabinete dele –  “Ficava em casa cuidando do meu filho e o pagamento era feito diretamente ao meu ex-marido, que recebia e repassava parte do dinheiro de volta (rachadinha). Nunca peguei um centavo deste dinheiro”, enfatizou Izabella.

Resposta

A assessoria de Carlos Manato, ao tomar conhecimento do depoimento de Izabella informou através de uma nota distribuída à imprensa, que “o inquérito sobre a rachadinha foi arquivado e que nada foi constatado.    

Eles também voltaram a reafirmar que Izabella e o ex-marido trabalhavam para Manato cuidando de suas redes sociais.

Na mesma nota, os assessores de Manato dizem que “causa estranheza que faltando pouco mais de uma semana para o segundo turno, surja uma matéria num jornal para falar sobre um suposto caso de 2017, quando deveria procurar o Ministério Público e a Polícia Federal”.

Já o ex-soldado e ex-marido de Izabella, o Walter Matias, disse que Manato nunca se utilizou do esquema conhecido como rachadinha e que entrará com uma ação de danos morais contra a ex-mulher – “Aprendi com meus pais e vou levar sempre para minha vida e a vida de meus filhos: Ser honesto”, disse.