A invasão da Escola de Ensino Fundamental Eber Louzada, em Jardim da Penha, Vitória, na última sexta-feira (19), por um ex-aluno armado com faca – e que tinha em seu poder bombas de fabricação caseira, além de arcos e flechas – foi abordada pelo deputado Sergio Majeski (PSDB) no Plenário da Assembleia Legislativa.
Majeski, que já realizou 460 visitas técnicas em escolas da Rede Estadual para verificar as estruturas e atualizar demandas com os profissionais da educação e alunos, destacou que a facilidade com que o jovem de 18 anos entrou na unidade da prefeitura demonstra a falta de segurança verificada na maioria das escolas públicas capixabas, fato que ele frisou estar denunciando desde o governo passado.
“Tem escolas com área enorme e com uma quantidade grande de alunos que só conta com um vigilante, tem escolas que em determinados horários e períodos não há vigilantes e tem outras que não há vigilância em momento algum. É difícil compreender qual o critério adotado para definir a contratação desses profissionais, essenciais às unidades escolares. É importante destacar que todos os problemas sociais têm repercussão e acabam estourando nas escolas”, destaca Majeski.
Na explanação, o deputado relatou que a vigilância em alguns estabelecimentos de ensino muitas vezes é contratada para proteger o patrimônio, mas não a comunidade escolar. Ele apelou no sentido de que o Estado e as prefeituras invistam mais na contratação de vigilantes para proteger alunos e profissionais do ensino nas redes estadual e municipais.
Saúde mental
Conforme Majeski, outro desafio a ser enfrentado no ambiente escolar é a situação da saúde mental de estudantes e professores. Ele defendeu a contratação de equipes multidisciplinares, com psicólogos e assistentes sociais, para dar suporte às escolas no tratamento de estudantes que apresentam distúrbios psíquicos.
O parlamentar relatou que muitos alunos fazem parte de famílias desestruturadas e manifestam comportamento violento nas salas de aula, até ameaçando fisicamente os professores. “Muitos estudantes não respeitam nem os pais, como vão acatar a disciplina que os professores tentam implantar?”, questionou.
O deputado relatou que em decorrência do impacto emocional do dia a dia provocado por estudantes de comportamento violento, muitos professores estão manifestando sintomas de depressão, ansiedade e até síndrome do pânico.
“É preciso que, além dos alunos, os professores também sejam atendidos por especialistas em saúde mental por meio da criação de uma política de Estado com esse fim”, defendeu.