O Reino Unido registrou, nesta terça-feira (18), o maior número de mortes por Covid-19 em quase um ano, segundo o Ministério da Saúde britânico. Nas últimas 24 horas, o país contabilizou 438 óbitos em decorrência da doença, o maior total diário desde 24 de fevereiro do ano passado.
Ao todo, o Reino Unido registra 152.513 mortes pelo coronavírus desde o início da pandemia, sétima maior marca no mundo -o Brasil tem a segunda, com mais de 621 mil mortes, atrás dos EUA, com cerca de 852 mil.
Ainda que os britânicos tenham registrado esse aumento no número de mortes, a cifra está bem abaixo da pior fase da pandemia, em janeiro de 2021. Naquele pico, o Reino Unido chegou a contabilizar 1.820 óbitos em um dia, segundo a plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford.
Por outro lado, o atual momento é de recordes no número de casos, uma consequência do avanço da variante ômicron, mais contagiosa. Só na segunda (17), os britânicos registraram mais de 89 mil novas infecções, quase 21 mil a mais do que o número visto um ano atrás. O descompasso entre o avanço no volume de diagnósticos e de mortes se explica, segundo os especialistas, com a vacinação: 83,4% da população com 12 anos ou mais está com o primeiro ciclo de imunização completo -no Brasil, esse índice é de 82,7%.
O agravamento da crise sanitária coincide com o momento em que o governo do primeiro-ministro Boris Johnson considera afrouxar medidas introduzidas para frear a disseminação da ômicron. Antes da divulgação dos dados nesta terça, o ministro da Saúde, Sajid Javid, disse ao Parlamento que estava otimista quanto a um possível relaxamento dos planos de contenção, à medida que casos e hospitalizações parecem ter parado de subir. Na quinta (13), último dado disponível, havia 19.581 pessoas hospitalizadas com Covid no país.
Caso o governo não volte atrás, os britânicos poderão nos próximos dias voltar a trabalhar presencialmente e, de forma gradual, deixar de apresentar o passaporte vacinal para entrar em certos lugares, informou a imprensa local. Boris, vale dizer, enfrenta também uma crise política e de imagem, relativa à realização de festas em seu gabinete no período mais duro de restrições.